O Propósito das Provações - Sete Razões Por Que Deus Permite Provações na Vida de Seu Povo B.Anstey
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quarta-feira, 31 de outubro de 2018
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Um Resumo das Razões Por Que Deus Permite Provações
Um Resumo das Razões Por Que Deus Permite
Provações
- 1) São para a glória de Deus.
- 2) Por meio delas somos levados a conhecer melhor o Senhor.
- 3) Fazem-nos mais como Cristo.
- 4) São para nossa correção.
- 5) Levam-nos mais perto uns dos outros.
- 6) Capacitam-nos para nosso tema de louvor em glória.
- 7) Trarão glória a Cristo no dia de Sua manifestação.
Nunca permitamos que as
adversidades nos façam dobrar – a menos que seja com nossos joelhos! Em todas
as circunstâncias confusas e difíceis da vida, temos somente que recorrer ao
fato de que “O caminho de Deus é perfeito” (Sl 18:30). Será preciso fé
para crer nisso, mas isso é verdade. Eu me lembro de uma história sobre uma
alma perturbada que olhou o lado de baixo de um trabalho de tapeçaria. Era um
emaranhado de linhas que não fazia nenhum sentido, mas quando olhou do outro
lado, viu um trabalho bonito em andamento. Nossa situação na vida pode ser exatamente
assim. Estamos do lado de baixo agora, olhando para cima, e estamos tendo
problemas tentando entender o sentido do que o Senhor está permitindo em nossa
vida. Lembre-se, agora vemos o lado de baixo do tapete, por assim dizer. Espere
até o dia vindouro quando estivermos do outro lado, e o Senhor nos mostrará o
que trabalhava em nós para Sua glória. Você ficará satisfeito por Ele ter
agido. E verá que valeu a pena!
7) Nossas Provações Trarão Glória a Cristo no Dia de Sua Manifestação
7) Nossas Provações Trarão Glória a Cristo
no Dia de Sua Manifestação
Há mais uma razão para as
provações sobre a qual eu gostaria de falar a respeito, antes de terminar, e
isto é, que elas ao terminarem trarão glória a Cristo no dia de Sua
manifestação diante do mundo. Isso, na verdade, nos leva de volta à primeira razão
para as provações. Vamos abrir em 2 Tessalonicenses 1:10; “quando vier para
ser glorificado nos Seus santos e para Se fazer admirável, naquele dia, em
todos os que creem (porquanto o nosso testemunho foi crido entre vós)”. Quando o Senhor vier em Sua Aparição
com Seus santos, o mundo olhará para nós em nosso estado glorificado e
glorificará a Ele! Não nos admirarão pessoalmente, mas aquilo que a graça de
Deus produziu. Naquele dia se dirá: “Que coisas Deus tem feito”! (Nm 23:23)
Deus irá propagar a glória
de Cristo por todo o universo por meio da Igreja – não somente como um corpo
coletivo, mas também por meio de cada um de nós individualmente. À medida que nos
beneficiamos com as várias provações que experimentamos, iremos refletir Sua
glória. Cada um de nós será diferente em glória naquele dia de manifestação e
isso contará a história da incomparável graça de Deus (Rm 8:19). Se,
entretanto, não tivermos proveito com as coisas que Ele está procurando produzir
em nós por meio das provas que experimentamos, não refletiremos Sua glória com
o brilho que outros poderão refletir.
Em 1 Pedro 1:6-7 diz: “em
que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário,
que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova
da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo
fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo”. Essa passagem mostra que as coisas
que passamos agora estão caminhando para ter um final glorioso. Note que diz: “…
se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo”. Quando o mundo vir o que Deus formou
em nós, haverá louvor a Deus e glória para Cristo. Não é que nós seremos louvados
pelo mundo naquele dia, mas Ele é Quem terá o louvor (Ef 1:12). Receberemos
louvor de Deus no Tribunal de Cristo antes desse dia de manifestação (1 Co 4:5;
Mt 25:21, 23), mas esse não é o ponto nesta passagem. O “louvor e honra e
glória” serão para o Senhor Jesus Cristo.
Irmãos,
o que eu estou dizendo é que, se aceitarmos nossas provações como vindas da mão
de Deus, e O deixarmos trabalhar em nós o que está procurando realizar, haverá
mais glória a Cristo naquele dia vindouro! Se isso for verdadeiro, então
vale a pena passar por provações!
6) Provações Nos Capacitam Para Nosso Tema de Louvor em Glória
6) Provações Nos Capacitam Para Nosso Tema de Louvor em Glória
Há outras razões para as
provações, e essas têm a ver com o futuro. Irmãos, Deus tem o futuro em vista
em tudo que Ele permite que Seu povo atravesse! Em cada experiência que
passamos aqui, Ele está procurando nos preparar para o tema que se encontrará
diante de nós em um dia vindouro.
Como sabemos, há duas
orações de Paulo na epístola aos Efésios. No primeiro capítulo, ele ora para
que os santos soubessem quão ricamente eram abençoados (Ef 1:16-23). No
terceiro capítulo, ora para o aumento da capacidade dos santos nas coisas
divinas para que pudessem apreender o vasto sistema de glória que cerca Cristo
e nosso lugar com Ele em tudo isso. E então, acima de tudo, orou para que
conhecessem o amor que providenciou tudo (Ef 3:14-21). A primeira oração é
objetiva e a segunda é subjetiva. O terceiro capítulo se encerra com uma pequena
doxologia[1]
de louvor. “a Ele seja a glória, na Assembleia em Cristo Jesus, por todas as
gerações do século dos séculos, Amém!” (v. 21 – JND). O Espírito de Deus
junta à oração do apóstolo um transbordamento de louvor para mostrar que quando
o coração de alguém é aumentado nas coisas divinas, ele produz louvor.
Mesmo que o apóstolo não
mencione sofrimentos e provação em suas orações em Efésios (porque o deserto
não é o assunto da epístola), o aumento de nossa capacidade está intimamente
conectado com as provações que passamos. O salmista disse: “na angústia me
deste largueza [na opressão me tens
aumentado – JND]” (Sl 4:1). E esse aumento carregaremos para
a eternidade. Enquanto os galardões que receberemos no Tribunal de Cristo serão
somente para o período do reino (o Milênio), nossa capacidade que está sendo
formada agora será para a eternidade. Paulo disse também: “Por isso, não
desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior,
contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Co 4:16-17). Observe,
ele não diz: “… produz para nós um peso milenar de glória”, mas um “peso
eterno de glória”.
Frequentemente diz-se que naquele dia, todos teremos nossas taças cheias de gozo,
mas alguns podem ter taças mais profundas, porque a capacidade dos santos
varia. Nossa capacidade está sendo formada agora à medida que nos beneficiamos
com a verdade que aprendemos e com as provações pelas quais passamos. As
experiências estabelecerão a base para nosso eterno tema de louvor.
Com misericórdia e com julgamento minha teia do tempo Ele teceu,
E o orvalho da tristeza foi lustrado com Seu amor.
Eu bendirei a mão que guiou; Eu bendirei o
coração que planejou,
Quando entronizado onde a glória habita, na terra de Emanuel.
[1] Provém do latim doxologia, que
por sua vez vem do termo grego doxa,
que significa “opinião” ou “glória”, com o sufixo -logia, que se refere à expressão oral ou escrita. Portanto, “doxologia” é uma expressão oral ou
escrita de louvor e glorificação.
5) As Provações Aproximam Mais Uns dos Outros
5) As Provações Aproximam Mais Uns dos Outros
Vemos outra razão para as
provações – trazer os irmãos mais perto uns dos outros. Irmãos em uma
assembleia local podem estar ocupados em seus próprios caminhos e buscando suas
próprias coisas. O resultado frequentemente é a separação em um sentido
prático, mesmo que possam ainda ir às reuniões juntos. Em tal caso, o Senhor
pode ordenar uma séria provação na vida de alguém em seu meio que faça os
irmãos deixar suas preocupações e os faça estar juntos com a finalidade comum
de ajudar a pessoa afligida. Tais coisas têm uma maneira de falar a todos,
mesmo que somente um seja afligido. A Escritura diz: “para a hora da
angústia [adversidade – JND]
nasce o irmão” (Pv 17:17 – ARF). Nossa parte é dar suporte a um
de nossos irmãos que esteja passando pelo problema. Jó disse, “Ao que está
aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do
Todo-poderoso” (Jó 6:14).
Em 1 Crônicas 7:20-22
temos um exemplo. Diz: “E os filhos de Efraim: Sutela, e seu filho Berede, e
seu filho Taate, e seu filho Elada e seu filho Taate, E seu filho Zabade, e seu
filho Sutela, e Ezer, e Elade: e os homens de Gate, naturais da terra, os
mataram, porque desceram para tomar os seus gados. Pelo que Efraim, seu pai,
por muitos dias os chorou; e vieram seus irmãos para o consolar”. Uma grande “calamidade” (v.
23 – JND) aconteceu na casa de Efraim – seus filhos foram mortos tentando
roubar o gado! Quando seus irmãos souberam de sua aflição o rodearam para
confortá-lo. No propósito de levar-lhe conforto, eles foram unidos.
Talvez uma família na
assembleia tenha perdido seu filho ou sua filha para o mundo, e acabaram se
afastado. Esse não seria um momento de fazer qualquer julgamento – embora possa
haver muitas coisas que necessitem ser tratadas a respeito do motivo pelo qual
isso aconteceu – mas seria hora de confortá-los por sua perda. Essas aflições
devem nos fazer estar juntos.
Uma provação pode ser enviada aos santos
que seja de uma natureza completamente diferente. Pode ser que os irmãos estejam
divididos em uma opinião, e isso tem feito que estejam andando em caminhos
separados. O Senhor pode permitir uma erupção de pecado na assembleia que nos
faça examinar nosso coração. O resultado é que seremos forçados a estar juntos
para tratar o mal.
Em Juízes 20:1 diz: “todos
os filhos de Israel saíram, e a congregação se ajuntou, como se fora um só
homem, desde Dã até Berseba, como também a terra de Gileade, ao Senhor em Mizpá”. Isso foi resultado de um exemplo
flagrante de mal moral no meio dos filhos de Israel. Tiveram que se levantar “como
se fora um só homem” e afastar o mal. Mas fazendo assim, o Senhor teve
determinadas lições para ensinar a eles porque o estado deles era coletivamente
baixo. Não há nada como provações para nos fazer resolver nossas pequenas
diferenças e nos unir. Eu me apressaria em dizer que uma condição muito triste deve
estar prevalecendo em uma assembleia se o Senhor tiver que falar dessa maneira.
4) As Provações São Para Nossa Correção
4) As Provações São Para Nossa Correção
Vamos abrir no Salmo 119:67-68 para ver
outra razão para as provações em nossa vida. “Antes de ser afligido, andava
errado, mas agora guardo a Tua palavra. Tu és bom e abençoador: ensina-me os
Teus estatutos”. Deus usará
uma provação para nossa correção se houver necessidade. Pode ser que estejamos
andando em um caminho de vontade própria e necessitamos ser restaurados. Não há
nada como uma séria provação para nos fazer sentar direito e ouvir Sua voz. O
Senhor pode usar a provação como uma disciplina punitiva e nos corrigir. No
livro de Jonas, os navegadores enfrentaram uma provação terrível. O “navio estava a ponto de se despedaçar” na
tempestade (Jn 1:4 – ARA). Deus mandou essa provação para a correção de Jonas –
que o fez voltar e obedecer ao Senhor.
Caro amigo Cristão, caso esteja em uma
grande provação em sua vida, andando em um caminho de desobediência, pode ser
muito bem que essa provação tenha sido enviada pelo Senhor para restaurá-lo
para Ele. Lembre-se apenas, que a mão que segura a vara da correção tem a marca
de um cravo nela! O Senhor o ama, e pagou um grande preço por você. Ele não deixará
você continuar em seu caminho egoísta para sempre. Ele intervirá e tratará seu
caminho de vontade própria porque Ele quer abençoar sua vida de forma prática e
isso é algo que Ele não pode fazer quando você está andando em um caminho de
desobediência. Se Ele derramasse uma bênção prática na sua vida enquanto você estiver
andando na sua própria vontade, estaria somente incentivando você a ir mais
longe em seu caminho. Assim, na realidade, você está impedindo sua própria
bênção! O Senhor disse: “Porque Eu bem sei os pensamentos que penso de vós,
diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais”
(Jr 29:11). Se ouvir Sua voz e corrigir seus caminhos pecaminosos, Ele promete
derramar uma bênção em você. Que Deus Fiel nós temos!
Mesmo se nossa vida não estiver
caracterizada por um andar consciente num caminho de vontade própria, mas se de
algum modo estamos permitindo que o Senhor e Suas coisas estejam “em
banho-maria”, o Senhor usará provações para nos ajudar a colocar prioridades a
nossa vida. Embora não seja provável haver entre nós aqui alguém que esteja
andando num caminho de declarada desobediência, mas mesmo assim creio que há
muitos de nós aqui que precise de um ajuste sobre o que falarei a seguir.
Vamos abrir em Ageu 1:3-11 para ver como
Deus usa provações na vida de Seus filhos neste caso. “Veio, pois, a palavra
do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: É para vós tempo de
habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? Ora,
pois, assim diz o Senhor dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos
caminhos. Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis,
mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário
recebe salário num saquitel furado. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Aplicai o
vosso coração aos vossos caminhos. Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a
casa; e dela Me agradarei e Eu serei glorificado, diz o Senhor. Olhastes para
muito, mas eis que alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para
casa, Eu lhe assoprei. Por quê? – disse o Senhor dos Exércitos. Por causa da Minha
casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa. Por isso,
retêm os céus o seu orvalho, e a terra retém os seus frutos. E fiz vir a seca
sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e sobre o
azeite, e sobre o que a terra produz, como também sobre os homens, e sobre os
animais, e sobre todo o trabalho das mãos”.
Os judeus que tinham retornado da
Babilônia estavam ocupados estabelecendo-se na terra, edificando suas casas e
suas vidas. Mas, agindo assim, tinham se tornado extremamente ocupados fazendo
coisas confortáveis para eles próprios, e tinham se esquecido do Senhor e o que
era devido a Ele! Para colocar isso o mais simples possível: estipularam suas
prioridades de maneira errada. Não tinham dado ao Senhor Seu lugar apropriado em
suas vidas.
Essa é uma armadilha na qual podemos
facilmente cair. De fato, temos a responsabilidade de fornecer sustento para
nossas famílias – a Escritura censura uma pessoa que não faz isso (1 Tm 5:8). É
normal querer ser estabelecido na vida em relação às coisas naturais. É também
possível ser absorvido nisso a ponto de deixarmos o Senhor de fora. Nesse
assunto, o Senhor Jesus colocou um princípio muito básico para Seus discípulos,
que certamente se aplica a nós também. Disse-lhes para colocar a Deus e Seus
interesses em primeiro lugar em suas vidas, e Ele cuidaria de todas as coisas
restantes. Disse: “Não pergunteis, pois, que haveis de comer, ou que haveis
de beber, e não andeis inquietos [em
ansiedade – JND]. Porque as gentes do mundo buscam todas essas coisas;
mas vosso Pai sabe que haveis mister [necessidade] delas. Buscai antes o
reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Lc
12:29-31). Isso significa que Cristo deve ter o primeiro lugar em tudo. Esse
princípio básico precisa ser implementado em nossa vida se queremos ter sucesso
espiritual.
Entretanto, isso faltava no remanescente
judeu que tinha retornado da Babilônia. Não tinham colocado o Senhor e Seus
interesses em primeiro lugar em suas vidas. Sabemos que nosso Deus é um Deus
que tem ciúmes; Ele tem ciúmes de nossas afeições. Ele diz: “Dá-Me, filho Meu,
o teu coração” (Pv 23:26). Mas, se deixarmos nosso coração ir após outras
coisas – ainda que sejam coisas naturais não necessariamente pecaminosas – Ele
sentirá isso, e trabalhará para nos afastar do que quer que seja que O
substituiu em nossas afeições. Podemos não estar conscientemente fazendo algo
errado, mas ainda assim, se o Senhor for deixado fora, Ele trabalhará para
ajustar nossas prioridades.
Irmãos, o Senhor quer nossa atenção. Se
nos distrairmos com outras coisas Ele trabalhará para consegui-la – e algumas das
maneiras que Ele usa podem ser dolorosas! No caso dos judeus, o Senhor, em Sua
fidelidade e sabedoria perfeitas, ordenou uma provação que tocasse em suas
vidas de modo que considerassem seus caminhos e ajustassem suas prioridades. Vemos,
então, ainda outra razão por que o Senhor permite provações na nossa vida – para
nos ajudar a ajustar nossas prioridades! Quando o Senhor aumenta o fogo, por
meio de uma provação, faz com que examinemos nosso coração, trazendo-O para
nossa vida de uma maneira prática.
A provação para aqueles judeus tinha uma
natureza financeira. Tinham “semeado muito”, mas colhido “pouco”, ou seja, trabalharam duramente, mas
não conseguiram seu sustento. O Senhor também enviou um profeta (Ageu) para
tratar isso com o povo, assim saberiam com certeza porque eles tinham
problemas. Disse-lhes claramente que estavam colocando sua energia em construir
suas próprias casas ao invés da casa do Senhor!
Irmãos, o Senhor fará o mesmo conosco. Ele
nos ama muito para nos deixar ir após coisas que O substituam. Se estivermos colocando
demasiada ênfase em outras coisas, Ele pode ordenar uma provação para nos
trazer mais perto d’Ele. Pode não ser uma provação em nossas finanças, mas Ele
pode escolher alguma outra área de nossa vida. Por que Ele faria isso? Porque
nos ama e quer nossa comunhão! Morreu para ganhar nosso coração, mas se O
deixarmos fora de nossa vida, Ele trabalhará para nos trazer mais perto d’Ele –
mesmo que custe a aflição de uma provação para fazer isso. Ele pode aumentar
nossos fardos e provações até que não possamos fazer nada mais sem Ele. Se nos
voltarmos para Ele com sinceridade e O buscarmos, Ele é Fiel e Gracioso para
entrar e carregar a ambos, nós e nosso fardo.
Irmãos, vamos acertar nossas prioridades,
pois o Senhor deve ter a primazia. Ele disse: “porque honrarei aos que Me
honram, e os que Me desprezam serão tidos em pouca conta [serão desprezados – ARF]”
(1 Sm 2:30 – ATB). Separamos um tempo para estar sozinhos com o Senhor
diariamente, lendo as Escrituras e orando? Vamos às reuniões bíblicas
regularmente? Ou colocamos outras coisas antes d’Ele, e se não tivermos nada
para fazer aquela noite, então vamos às reuniões? Se essa for a maneira que
você leva sua vida, parece que o Senhor não tem muito lugar nela. Você sabe que
muitas das provações e problemas que temos podem ser consequências desses
pontos básicos de prioridades. O Senhor quer estar em nossa vida praticamente. Quer
nos ajudar e nos guiar nas matérias diárias da vida. Sem Ele certamente vamos cometer
erros.
Agora, podemos pensar que não estamos
deixando o Senhor de fora, porque podemos apontar algumas coisas que fazemos
que envolvam o Senhor. É natural atribuirmos a nós mesmos uma ficha limpa. “Todos
os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o Senhor pesa os espíritos”
(Pv 16:2). Entretanto, necessitamos entrar na presença do Senhor e pesar
seriamente essas coisas. Necessitamos perguntar a Ele se a provação que estamos
tendo está conectada a não Lhe dar Seu legítimo lugar.
A palavra do profeta ao povo foi: “Subi
ao monte, trazei madeira e edificai a casa” de Deus (Ag 1:8). Eles não
tinham trabalhado na casa de Deus por 14 ou 15 anos! (Ed 4:24). Isso nos mostra
apenas como o Senhor é paciente conosco. Mas amigos, não se aventurem por causa
de Sua longanimidade. Ageu e Zacarias os incentivaram a começar a construção da
casa do Senhor antes de construir suas próprias casas, dando, assim, ao Senhor
o que Lhe era devido (Ed 5:2). Ageu procurou abordar o estado deles (isto é, suas
prioridades), enquanto que Zacarias colocou o foco deles para o futuro – para a
glória vindoura da casa do Senhor quando o Messias reinasse. Vemos então, que no
fim do capítulo o povo “obedeceu à voz do SENHOR seu Deus” (Ag 1:12 – ARF) e fizeram conforme o
profeta lhes dissera. E o Senhor teve prazer nisso. Sabemos como é louvável
quando o povo do Senhor ouve e obedece a Sua voz na provação, e ajusta suas
prioridades para dar a Ele o Seu legítimo lugar.
Caro amigo, o Senhor quer derramar uma
bênção prática em sua vida, mas primeiramente você tem que dar a Ele o que Lhe é
devido.
O Senhor disse em Malaquias: “Trazei
todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na Minha casa, e
depois fazei prova de Mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se Eu não vos abrir as
janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a
maior abastança [até que não
haja mais lugar para a recolherdes – ATB]” (Ml 3:10). Note
que o povo tinha que, primeiramente, trazer o que era devido ao Senhor
para Sua casa do tesouro e então “as janelas do céu” seriam abertas para
derramar uma bênção sobre eles! Essa é a ordem moral de Deus.
Mesmo quando não estivermos andando em um
caminho de vontade própria, e procurarmos dar o legítimo lugar ao Senhor em nossa
vida, ainda assim, cada um de nós precisa da correção do Senhor – mas em uma
linha diferente. Todos temos falhas de caráter que impedem a expressão de
Cristo em nossas vidas. Essas falhas necessitam ser removidas de modo que as
características de Cristo possam ser vistas em nós mais claramente. Isso é
correção, mas de uma ordem diferente.
Como mencionado anteriormente, Deus, pelo
Espírito, está moldando Cristo em nós. Ele escreveu Cristo nas tábuas de carne
de nosso coração (2 Co 3:3). Quando Cristo está em nossas afeições, Seu caráter
será mostrado em nossas ações. Mas frequentemente há coisas em nossos caminhos
que atrapalham essa expressão. Essas falhas de caráter estragam nosso
testemunho pessoal. Eu estou falando agora de coisas das quais geralmente não
temos consciência. Mesmo que não possamos vê-las, Deus as vê (e frequentemente
nossos irmãos também), e Ele trabalhará para remover tais falhas por Sua disciplina
purificativa, na forma de provações. Essas disciplinas não moldam Cristo em
nós, mas são enviadas para nos exercitar e remover os traços de caráter do
velho homem.
Vemos isso em Jó. Ele era
“homem sincero [perfeito
– JND], reto e temente a Deus, e desviava-se do mal” (Jó 1:1). Certamente
ele não estava andando em um caminho de vontade própria e de pecado. Não havia
realmente qualquer coisa errada em suas ações, mas foi sua atitude que
necessitou o ajuste. Teve uma atitude de presunção que o Senhor quis
remover. O Senhor usou as provações que o afligiram como uma disciplina
purificativa. No fim, Jó se arrependeu e julgou a si mesmo, e foi uma pessoa
melhor por isso. Então, podemos pensar que as atitudes não são importantes, mas
a Escritura mostra que Deus vê as coisas de outra maneira. Ele percorrerá
grandes distâncias para corrigir uma atitude errada em um de Seus filhos.
Portanto, que “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso
espírito” (Fm 25; Gl 6:18; Fp
4:23; 2 Tm 4:22).
Eu me lembro de ouvir uma história da
escultura de um leão que foi colocada em exposição. No dia da sua inauguração,
uma multidão se reuniu para vê-lo. Quando o escultor foi entrevistado, foi-lhe
perguntado como pôde fazer uma peça de arte com tanta similaridade. Ele disse,
“eu somente talhei tudo aquilo que não se parecia com um leão”! Sabemos que é
exatamente isso que Deus está fazendo com cada um de nós. Há coisas em nós que
não se parecem com Cristo, e necessitam ser podadas. Com a provação e o
exercício, de uma maneira ou outra, Deus remove aquelas coisas em nossa vida
que não são como Seu Filho.
A Escritura fala desse trabalho
purificativo feito em diversas maneiras, usando várias figuras diferentes.
∎ Um lavrador – João
15:1-2 diz: “Eu sou a videira verdadeira, e Meu Pai é o Lavrador.
Toda a vara em Mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto,
para que dê mais fruto”. Aqui temos a figura de um lavrador para ilustrar os
meios purificativos de Deus. O Pai está procurando frutos em nós. A produção de
frutos é a reprodução da vida de Cristo nos santos. Um produtor de vinhos poda
suas videiras de modo que produzam mais frutos. Se ele não fizer isso, a
videira usará sua energia para produzir mais galhos, e em consequência, haverá
menos produção do fruto. Da mesma maneira que um vinicultor corta as videiras
em seu vinhedo, o Pai trabalha de maneira similar conosco. Em cada um de nós há
coisas em nossas vidas que impedem a produção do fruto, e necessitam ser
podadas. O processo de corte, com certeza, é doloroso, mas Deus permite isso
para remover as coisas más de nós. O resultado é que Cristo será visto em nós
mais claramente.
∎ Um Fazendeiro – Salmo 139:2-3 diz: “Tu conheces o meu assentar e o meu
levantar: de longe entendes o meu pensamento. Cercas [Peneiras
– KJV margem] o meu andar”.
Peneirar era um processo usado pelos antigos fazendeiros para separar o trigo
da palha no tempo da colheita. Era feito agitando o trigo com uma peneira e lançando-o
para o ar. Isso fazia com que o vento separasse a palha, o que geralmente era
feito em um monte ou em uma ligeira elevação do terreno onde houvesse rajadas
de vento. Similarmente, o Senhor está procurando peneirar a indesejada palha em
nossa vida com as várias turbulências e provações. Ele conhece nosso “deitar”
e nosso “levantar" e ordena exatamente o que necessitamos. O
resultado será que somente ficará em nós aquilo que for de Cristo – do qual o
trigo é uma figura.
∎ Um Ourives – Provérbios 25:4 diz: “Tira da prata a escória, e sairá vaso para o ourives” (ARA). Aqui
a figura é tirada da metalurgia. O ourives aquece o metal ao ponto de fusão e
as impurezas (escórias) são queimadas. Ele agita o metal delicadamente até que
possa ver seu
próprio reflexo na prata
derretida. Então sabe que todas as impurezas foram queimadas e ela está pronta
para ser colocada no molde de sua escolha. Similarmente, o Senhor usa provações
dolorosas e árduas para alcançar Seus objetivos removendo a escória de nossa
vida. Ele também está buscando Seu reflexo em nós. O Senhor “assentar-Se-á
como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os
refinará como ouro e como prata; então ao Senhor trarão oferta em justiça” (Ml 3:3).
∎ Um Vinicultor – Jeremias 48:11 diz: “Despreocupado esteve Moabe desde a sua mocidade e tem repousado nas
fezes [borras] do seu vinho; não foi mudado de vasilha
para vasilha, nem foi para o cativeiro; por isso, conservou o seu sabor, e o
seu aroma não se alterou” (ARA). Aqui o profeta fala da falta de disciplina
de Moabe e consequentemente, o fato dele não ter nenhum discernimento ou
maturidade nas coisas divinas. O processo de ser mudado “de vasilha em vasilha” (ATB) é usado por um fabricante de vinho.
Ele enche completamente uma vasilha de vinho e a deixa descansando até que todo
o sedimento se acumule no fundo, e então derrama com cuidado o vinho em outra
vasilha, repetindo o processo diversas vezes, até que não haja nenhum sedimento
no vinho. Ser derramado de vasilha em vasilha fala dos meios do Senhor em nos
passar por várias provações para nos livrar das impurezas (o sedimento) em
nosso caráter. Outra vez, o resultado que Ele está procurando é que Cristo
possa ser visto mais claramente em nós.
∎ Um
Pai – Hebreus 12:9-10 diz: “tivemos
nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos: não
nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque
aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes
parecia; mas Este, para nosso proveito, para sermos participantes da Sua
santidade”. Aqui a
correlação de um pai terreno que corrige seus filhos é usada para ilustrar Deus
nosso Pai que treina nossos espíritos. Se uma criança tiver um espírito ou uma
atitude má, o pai dela, se for fiel, aplicará alguma forma de disciplina à
criança para corrigi-la. Similarmente, nosso pai ordenará alguma forma de
disciplina corretiva para nos exercitar sobre um espírito errado ou uma atitude
errada que possamos ter. Isso virá em forma de provação.
∎ Um Oleiro – Jeremias
18:3-6 diz: “E desci à casa do oleiro, e
eis que ele estava fazendo a sua
obra sobre as rodas. Como o
vaso que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele
outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer. Então, veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo: Não poderei Eu fazer de vós
como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o Senhor; eis que, como o barro
na mão do oleiro, assim sois vós na Minha mão, ó casa de Israel”.
Aqui o trabalho de um oleiro é usado para ilustrar o tratamento do Senhor com
Seu povo. O Senhor é nosso Oleiro e nós somos Seu barro (Rm 9:20-21). Ele nos está
formando conforme a Sua própria imagem. Como sabemos, para conseguir o barro
flexível, um oleiro mistura água nele. O processo de misturar é como a pressão
das provações. Quando a pressão é aplicada em nossa vida nos tornamos moldáveis
nas mãos do Mestre. Muitas vezes um oleiro terá que quebrar um vaso
parcialmente formado porque vê uma falha nele que estragaria o resultado final.
Similarmente, o Senhor usa os problemas desta vida para nos quebrar e remover
determinadas características morais não desejadas em nós, e assim, nos fazer um
vaso “útil ao Mestre” (2 Tm 2:21 – JND).
Por meio de todas nossas provações e
tribulações o Senhor tem o objetivo de levar cada um de nós à perfeição moral
(1 Pe 5:10 – “aperfeiçoado”.
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3) Provações Nos Fazem Mais Como Cristo
3) Provações Nos Fazem Mais Como Cristo
Agora vamos abrir em
Romanos 8:28-29 para uma terceira razão porque Deus permite as provações: “E
sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam
a Deus, daqueles que são chamados por Seu decreto [chamados com propósito – JND]; Porque os que dantes conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho”. O assunto que conduz a esses dois
versículos é que toda a criação “geme e está juntamente com dores de parto”
sob “a escravidão da
corrupção”, que veio sobre
nós por meio do pecado (vs. 21-22). Essa provação toca a todos nós de uma forma
ou outra. O apóstolo explica que, embora Deus não tenha trazido aqui a
“escravidão da corrupção”, mesmo assim Ele usa isso em Sua escola para nos
ensinar determinadas lições. Nesse caso, Ele a usa para nos moldar “à imagem
de Seu Filho”. Essa é outra
razão porque Deus permite as provações em nossa vida.
Cristo já não está aqui
neste mundo, mas Deus queria que Ele fosse visto em Seu povo e por meio do Seu povo.
Ele está atualmente trabalhando para formar nosso espírito e para moldar nosso
caráter à imagem de Seu Filho, e usa as provações e tribulações para alcançar
isso. Note, não diz aqui que tudo o que nos acontece é bom – porque algumas
coisas são inegavelmente ruins – mas que essas coisas “contribuem juntamente
para o bem”. Isso significa
que Deus permitirá uma provação em nossa vida porque é para nosso bem
derradeiro. A fé pode dizer, “algo de bom vai resultar disso!”
Frequentemente se diz que
Deus tem mais para fazer em nós do que por meio de nós. Queremos
fazer coisas no serviço para o Senhor, mas Ele está mais interessado em nos
fazer mais como Seu Filho. Eu não estou dizendo que Ele não quer nos usar no
serviço, mas um objetivo mais elevado para Deus é a conformidade moral de Seu povo
a Seu Filho. Deus, na verdade, vai encher o céu com um povo redimido, que é tal
como Seu Filho!
Poderíamos perguntar:
como isso acontece exatamente? Bem, Romanos 12:2 diz que essa transformação à
conformidade do Filho de Deus é um processo que ocorre de dentro para fora. Começa
em nossa mente e produz resultados em nossa vida. Diz: “E não vos conformeis
com este mundo, mas transformai-vos
pela renovação do vosso entendimento [da vossa mente – ARA]”. O que isso
significa é que, pensar correto conduz às ações corretas, dando assim forma a
nosso caráter.
Paulo mostra que uma
coisa que definitivamente impede o processo da transformação é o “mundo”, e insiste, portanto, na necessidade
da separação deste. Pensar de maneira mundana é colocar o “eu” em primeiro
lugar, mas pensar segundo Deus é colocar Cristo em primeiro lugar. Quanto mais
saturarmos nossa mente com a Palavra de Deus, mais pensaremos como Deus pensa. Veremos
coisas como Ele as vê. Amaremos o que Ele ama e odiaremos o que Ele odeia, etc.
Isso se manifestará em nossa vida. Haverá uma mudança moral em nossas palavras
e ações. Mais e mais começaremos a nos assemelhar a Cristo em nossas maneiras. “Renovar”
nossa mente refere-se à necessidade de reajustar nossos pensamentos. C. H.
Brown dizia que poderíamos ter que fazer isso 50 vezes em um dia! Nossas mentes
mantêm-se indo após coisas mundanas e carnais, e necessitam ser reajustadas
repetidas vezes. H. E. Hayhoe costumava dizer, “preste atenção ao que você
pensa, e deixe que isso seja Cristo”.
Deus trabalha não somente
pelo Espírito internamente, mas também usa provações vindas de fora. Isaías fala
do remanescente de Israel estando “aflito, arrojado com a tormenta e
desconsolado” (ARA), mas
assegurou-lhes também que por meio disso o Senhor estava formando Sua beleza
neles. “Eis que eu porei as tuas pedras com todo o ornamento e te fundarei
sobre safiras. E as tuas janelas [parapeitos]
farei cristalinas e as tuas portas de rubis, e todos os teus termos, de pedras
aprazíveis [preciosas]” (Is 54:11-12). Quando a nação
de Israel for restaurada ao Senhor, será um produto maravilhoso da habilidade
divina. Naquele dia, a oração de Moisés será respondida: “seja sobre nós a
formosura do Senhor nosso Deus” (Sl 90:17 – ARF). A glória do Senhor
irradiará sobre eles (Is 60:1). Mas o caminho desse divino final será por meio do
sofrimento, que no caso deles será a provação da Grande Tribulação. À medida
que lemos as epístolas vemos o caráter de Cristo emanando dos santos. E isso é
bonito. Deus, pelo Espírito, escreve Cristo nas tábuas de carne de nosso
coração, e isso floresce em nossa vida, em nosso andar e em nossas
maneiras (2 Co 3:3). Foi o que o apóstolo expôs quando disse: “Cristo em
vós, esperança da glória” (Cl
1:27). Muito da beleza moral nos santos é resultado das provações pelas quais
passaram. Lembrem-se, é a flor esmagada que emite a fragrância!
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As seguintes coisas são
algumas dessas características morais de Cristo que Deus está atualmente produzindo
em Seu povo por meio da provação.
∎ As Entranhas [Compaixões] de Cristo – O apóstolo Paulo disse aos santos de Filipos que tinha
saudades de todos eles em “entranhável
afeição [compaixão] de Jesus Cristo” (Fp 1:8). Aqui vemos
a compaixão de Cristo ser exposta em Paulo. Que característica bonita é! Notem,
é “a compaixão de Jesus Cristo”.
É o mesmo caráter da compaixão que o Senhor Jesus teve em Sua vida e ministério
(Mc 6:34), reproduzido em um dos Seus.
Os filipenses expressaram compaixão e
misericórdia a favor de Paulo enviando uma comunhão (oferta) pela mão de
Epafrodito (Fp 2:1, 4:18). Por estar preso e não poder vê-los, escreveu uma
carta de reconhecimento da comunhão enviada. Essa característica maravilhosa
era o resultado do sofrimento de Paulo na provação. O tempo aqui não permite lermos
as passagens que mostram algo do que ele passou na senda da fé e testemunho. Por
meio daquelas coisas Deus produziu algo bom em Paulo – as compaixões de Cristo.
Antes de sua conversão, ele não era reconhecido como tendo compaixão. Impiedosamente
levou os Cristãos para ser espancados e entregues à prisão (At 8:1, 9:1,
22:4-5). Na escola de Deus transformou-se em um vaso apto para o uso do Mestre,
cheio com as compaixões de Cristo.
Deus está procurando produzir
as compaixões de Cristo em nós também. Podemos naturalmente ser caracterizados
pela dureza e pela indiferença aos problemas dos outros, mas depois que Deus
trabalha em nós, seremos marcados pelas compaixões de Cristo. Recentemente eu
ouvi alguém dizer a uma criança que foi ferida, “aguente firme aí porque de
mim, você não terá nenhuma compaixão”! Quando eu ouvi isso, disse para mim
mesmo, “Depois que você passar pela escola de Deus, você terá”! Ele pode nos colocar
em uma circunstância onde necessitemos da demonstração de compaixão, e não
teremos nenhuma. Talvez, então, vamos ser exercitados a respeito de demonstrar
compaixão aos outros. Como já falamos, as provações têm um jeito de nos
abrandar (“Mas Deus fez meu coração
brando” Jó 23:16 – JND). Deus nos fará como Cristo que Se compadece dos
Seus enquanto passam por problemas (Hb 4:15).
∎ A
Mansidão e a Benignidade de Cristo – Intimamente conectadas com as compaixões de Cristo estão “a mansidão e a benignidade de Cristo” (2
Co 10:1). Nos capítulos 10 a 13 da segunda epístola de Paulo aos coríntios, ele
defende seu apostolado. Esse era um assunto delicado, e poderia facilmente parecer
vanglória e promoção de si mesmo. O problema era que havia determinados
adversários que tinham afetado o pensamento de alguns dos coríntios, tentando
afastá-los do apóstolo. Paulo sabia que se não tratasse esse assunto
corretamente poderia perdê-los completamente a partir do momento em que
deixariam de ouvir o apóstolo. Sabiamente ele deixou para tratar disso por
último, por causa de sua natureza delicada, e o abordou com “a mansidão e benignidade de Cristo”.
Em outras palavras, procurou tratar do assunto como o próprio Senhor Jesus
faria.
Haverá ocasiões quando
você terá que falar com alguém sobre algum assunto que, se não for tratado
corretamente, poderá dar lugar a alguma ofensa pessoal – a pessoa poderá facilmente
ficar ofendida, e talvez, deixar de se reunir. Será nessa situação que
precisaremos especialmente da “mansidão e benignidade de Cristo”. Temos que falar a verdade, mas
devemos fazê-lo em amor.
Talvez sejamos um pouco
insensíveis aos sentimentos dos outros, e nos falte tato e graça. Alguns de nós
pode ser um pouco como “um touro numa loja de porcelana”, mas Deus tem Suas
maneiras de formar em nós as características de Cristo. Ele pode permitir que
sintamos o que é alguém vir até nós de maneira arrogante que seja ofensiva,
para nos exercitar sobre como tratamos os outros. Precisar interagir
diariamente com alguém assim pode ser uma verdadeira provação, mas Deus pode
ter colocado tal pessoa em nossa vida para nos exercitar. Apesar de tudo, “Como
na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem” (Pv
27:19). Aprendemos o que está em nossos corações vendo isso em alguma outra
pessoa é uma experiência humilhante.
∎ A Obediência de Cristo –
Mais adiante, no mesmo capítulo 10 de 2 Coríntios, Paulo fala às almas para
ajudá-las a se libertar das ideias e das doutrinas errôneas que foram rigidamente instaladas em suas mentes.
Chama essas ideias errôneas que se
instalam na mente de “fortalezas”.
Seu alvo era destruir aquelas “fortalezas”
e trazer o pensamento dos irmãos sob a autoridade da verdade de Deus no
espírito da própria submissão de Cristo a Deus. Ele disse: “levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2 Co
10:5). Observe outra vez, essa é “a
obediência de Cristo”, não a obediência a Cristo – que
é um pensamento completamente diferente. É o próprio caráter da obediência que
Cristo mostrou em Sua vida. Sua obediência não era uma coisa legalista, pois
obedeceu porque amou Seu Pai e quis agradá-Lo (Jo 8:29, 14:31). Pedro também
fala desse mesmo caráter de obediência (1 Pe 1:2).
O ponto aqui é que Deus quer que
obedeçamos do mesmo modo como Cristo obedeceu. Não quer que obedeçamos porque
somos obrigados, mas porque queremos. As provações têm uma maneira de criar esse
desejo em nós.
∎ A Fé de Cristo –
em Gálatas 2:20 diz: “Já estou
crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida
que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o Qual me amou e Se
entregou a Si mesmo por mim”. Paulo procurou viver “pela fé do
Filho de Deus” – isto é, pelo mesmo tipo de certeza e confiança com que o
Senhor Jesus vivia em Sua vida dependente. O ponto aqui não é tanto que devemos
viver para Cristo, mas que devemos viver Cristo. O Senhor foi
caracterizado por uma confiança simples em Deus. Esse mesmo caráter de Cristo
deve estar em nós.
Para purificar e fortalecer nossa fé, Deus
ordena provações para tocar nossa vida, por meio das quais aprendemos a confiar
n’Ele. Em 2 Tessalonicenses 1:3-4, Paulo fala da fé que tinham e do crescimento
dela “sobremaneira” e então acrescenta: “… nos gloriamos de vós nas
igrejas de Deus, à vista da vossa constância e fé, em todas as vossas
perseguições e nas tribulações que suportais”. A fé deles cresceu ao serem provados pelas “perseguições e
tribulações”. As
provações nos ensinam a desconfiar de nós mesmos e a confiar n’Ele (Sl 16:1).
∎ A Paciência de Cristo – em 2 Tessalonicenses 3:5 o apóstolo diz:
“Ora, o Senhor encaminhe o vosso coração na caridade de Deus e na paciência
de Cristo”. Aqui temos
outra característica de Cristo reproduzida nos santos – “a paciência de Cristo”. Paulo desejou que a espera dos
santos pela vinda do Senhor fosse paciente. O Senhor quer que O esperemos como
Ele mesmo espera no alto. Em glória Ele espera Seu Pai dizer-Lhe que é hora de
vir para levar Sua noiva. Então descerá com um brado e com voz de Arcanjo e nos
convocará. A mesma paciência que Ele tem no alto em glória deve ser vista em
nós enquanto O esperamos aqui.
Há um grande perigo de
abandonarmos a esperança da vinda do Senhor, o que será evidente naqueles que o
fizerem. Dirão, essencialmente: “Meu Senhor tarda em vir” (Mt 24:48-49 –
IBB). Note que essa não é a negação da Sua vinda, mas a queixa de Seu atraso.
Se a iminência disso perder seu fulgor em nossos corações, nossa vida o
mostrará. Em segundo lugar, “começarão a espancar” seus “conservos”, isto é, nos tornaremos
ásperos e críticos com aqueles que estão fazendo o trabalho do Senhor. Terceiro,
eles “comerão e beberão com os bêbados”, isso significa que haverá uma ruptura dos princípios da
separação do mundo.
As experiências difíceis pelas
quais passamos neste mundo podem não ser a razão mais elevada porque queremos
que o Senhor venha, mas Deus as usa para direcionar nosso coração para o céu. Por
meio dessas experiências aprendemos a esperar por Ele. Tiago diz: “Sede,
pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor” (Tg 5:7). Tiago também diz que Deus usa provações e tribulações
para nos ensinar essa paciência: “Meus irmãos, tende grande gozo quando
cairdes em várias tentações Sabendo que a prova da vossa fé obra a paciência [perseverança – JND]. Tenha, porém,
a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem
faltar em coisa alguma” (Tg 1:2-4).
O resultado das condutas de Deus conosco é que seremos
transformados lenta, mas seguramente “conformes
à imagem de Seu Filho”. No final, Sua “beleza”
será sobre nós! (Sl 90:17 – JND)
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