© Christian Truth Publishing - 9-B Appledale Road Hamer Bay (Mactier) ON P0C 1H0 CANADA - Traduzido, publicado e distribuído no Brasil com autorização do autor por Verdades Vivas - verdadesvivas.com.br
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Um Resumo das Razões Por Que Deus Permite Provações
Um Resumo das Razões Por Que Deus Permite
Provações
- 1) São para a glória de Deus.
- 2) Por meio delas somos levados a conhecer melhor o Senhor.
- 3) Fazem-nos mais como Cristo.
- 4) São para nossa correção.
- 5) Levam-nos mais perto uns dos outros.
- 6) Capacitam-nos para nosso tema de louvor em glória.
- 7) Trarão glória a Cristo no dia de Sua manifestação.
Nunca permitamos que as
adversidades nos façam dobrar – a menos que seja com nossos joelhos! Em todas
as circunstâncias confusas e difíceis da vida, temos somente que recorrer ao
fato de que “O caminho de Deus é perfeito” (Sl 18:30). Será preciso fé
para crer nisso, mas isso é verdade. Eu me lembro de uma história sobre uma
alma perturbada que olhou o lado de baixo de um trabalho de tapeçaria. Era um
emaranhado de linhas que não fazia nenhum sentido, mas quando olhou do outro
lado, viu um trabalho bonito em andamento. Nossa situação na vida pode ser exatamente
assim. Estamos do lado de baixo agora, olhando para cima, e estamos tendo
problemas tentando entender o sentido do que o Senhor está permitindo em nossa
vida. Lembre-se, agora vemos o lado de baixo do tapete, por assim dizer. Espere
até o dia vindouro quando estivermos do outro lado, e o Senhor nos mostrará o
que trabalhava em nós para Sua glória. Você ficará satisfeito por Ele ter
agido. E verá que valeu a pena!
7) Nossas Provações Trarão Glória a Cristo no Dia de Sua Manifestação
7) Nossas Provações Trarão Glória a Cristo
no Dia de Sua Manifestação
Há mais uma razão para as
provações sobre a qual eu gostaria de falar a respeito, antes de terminar, e
isto é, que elas ao terminarem trarão glória a Cristo no dia de Sua
manifestação diante do mundo. Isso, na verdade, nos leva de volta à primeira razão
para as provações. Vamos abrir em 2 Tessalonicenses 1:10; “quando vier para
ser glorificado nos Seus santos e para Se fazer admirável, naquele dia, em
todos os que creem (porquanto o nosso testemunho foi crido entre vós)”. Quando o Senhor vier em Sua Aparição
com Seus santos, o mundo olhará para nós em nosso estado glorificado e
glorificará a Ele! Não nos admirarão pessoalmente, mas aquilo que a graça de
Deus produziu. Naquele dia se dirá: “Que coisas Deus tem feito”! (Nm 23:23)
Deus irá propagar a glória
de Cristo por todo o universo por meio da Igreja – não somente como um corpo
coletivo, mas também por meio de cada um de nós individualmente. À medida que nos
beneficiamos com as várias provações que experimentamos, iremos refletir Sua
glória. Cada um de nós será diferente em glória naquele dia de manifestação e
isso contará a história da incomparável graça de Deus (Rm 8:19). Se,
entretanto, não tivermos proveito com as coisas que Ele está procurando produzir
em nós por meio das provas que experimentamos, não refletiremos Sua glória com
o brilho que outros poderão refletir.
Em 1 Pedro 1:6-7 diz: “em
que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário,
que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova
da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo
fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo”. Essa passagem mostra que as coisas
que passamos agora estão caminhando para ter um final glorioso. Note que diz: “…
se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo”. Quando o mundo vir o que Deus formou
em nós, haverá louvor a Deus e glória para Cristo. Não é que nós seremos louvados
pelo mundo naquele dia, mas Ele é Quem terá o louvor (Ef 1:12). Receberemos
louvor de Deus no Tribunal de Cristo antes desse dia de manifestação (1 Co 4:5;
Mt 25:21, 23), mas esse não é o ponto nesta passagem. O “louvor e honra e
glória” serão para o Senhor Jesus Cristo.
Irmãos,
o que eu estou dizendo é que, se aceitarmos nossas provações como vindas da mão
de Deus, e O deixarmos trabalhar em nós o que está procurando realizar, haverá
mais glória a Cristo naquele dia vindouro! Se isso for verdadeiro, então
vale a pena passar por provações!
6) Provações Nos Capacitam Para Nosso Tema de Louvor em Glória
6) Provações Nos Capacitam Para Nosso Tema de Louvor em Glória
Há outras razões para as
provações, e essas têm a ver com o futuro. Irmãos, Deus tem o futuro em vista
em tudo que Ele permite que Seu povo atravesse! Em cada experiência que
passamos aqui, Ele está procurando nos preparar para o tema que se encontrará
diante de nós em um dia vindouro.
Como sabemos, há duas
orações de Paulo na epístola aos Efésios. No primeiro capítulo, ele ora para
que os santos soubessem quão ricamente eram abençoados (Ef 1:16-23). No
terceiro capítulo, ora para o aumento da capacidade dos santos nas coisas
divinas para que pudessem apreender o vasto sistema de glória que cerca Cristo
e nosso lugar com Ele em tudo isso. E então, acima de tudo, orou para que
conhecessem o amor que providenciou tudo (Ef 3:14-21). A primeira oração é
objetiva e a segunda é subjetiva. O terceiro capítulo se encerra com uma pequena
doxologia[1]
de louvor. “a Ele seja a glória, na Assembleia em Cristo Jesus, por todas as
gerações do século dos séculos, Amém!” (v. 21 – JND). O Espírito de Deus
junta à oração do apóstolo um transbordamento de louvor para mostrar que quando
o coração de alguém é aumentado nas coisas divinas, ele produz louvor.
Mesmo que o apóstolo não
mencione sofrimentos e provação em suas orações em Efésios (porque o deserto
não é o assunto da epístola), o aumento de nossa capacidade está intimamente
conectado com as provações que passamos. O salmista disse: “na angústia me
deste largueza [na opressão me tens
aumentado – JND]” (Sl 4:1). E esse aumento carregaremos para
a eternidade. Enquanto os galardões que receberemos no Tribunal de Cristo serão
somente para o período do reino (o Milênio), nossa capacidade que está sendo
formada agora será para a eternidade. Paulo disse também: “Por isso, não
desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior,
contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Co 4:16-17). Observe,
ele não diz: “… produz para nós um peso milenar de glória”, mas um “peso
eterno de glória”.
Frequentemente diz-se que naquele dia, todos teremos nossas taças cheias de gozo,
mas alguns podem ter taças mais profundas, porque a capacidade dos santos
varia. Nossa capacidade está sendo formada agora à medida que nos beneficiamos
com a verdade que aprendemos e com as provações pelas quais passamos. As
experiências estabelecerão a base para nosso eterno tema de louvor.
Com misericórdia e com julgamento minha teia do tempo Ele teceu,
E o orvalho da tristeza foi lustrado com Seu amor.
Eu bendirei a mão que guiou; Eu bendirei o
coração que planejou,
Quando entronizado onde a glória habita, na terra de Emanuel.
[1] Provém do latim doxologia, que
por sua vez vem do termo grego doxa,
que significa “opinião” ou “glória”, com o sufixo -logia, que se refere à expressão oral ou escrita. Portanto, “doxologia” é uma expressão oral ou
escrita de louvor e glorificação.
5) As Provações Aproximam Mais Uns dos Outros
5) As Provações Aproximam Mais Uns dos Outros
Vemos outra razão para as
provações – trazer os irmãos mais perto uns dos outros. Irmãos em uma
assembleia local podem estar ocupados em seus próprios caminhos e buscando suas
próprias coisas. O resultado frequentemente é a separação em um sentido
prático, mesmo que possam ainda ir às reuniões juntos. Em tal caso, o Senhor
pode ordenar uma séria provação na vida de alguém em seu meio que faça os
irmãos deixar suas preocupações e os faça estar juntos com a finalidade comum
de ajudar a pessoa afligida. Tais coisas têm uma maneira de falar a todos,
mesmo que somente um seja afligido. A Escritura diz: “para a hora da
angústia [adversidade – JND]
nasce o irmão” (Pv 17:17 – ARF). Nossa parte é dar suporte a um
de nossos irmãos que esteja passando pelo problema. Jó disse, “Ao que está
aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do
Todo-poderoso” (Jó 6:14).
Em 1 Crônicas 7:20-22
temos um exemplo. Diz: “E os filhos de Efraim: Sutela, e seu filho Berede, e
seu filho Taate, e seu filho Elada e seu filho Taate, E seu filho Zabade, e seu
filho Sutela, e Ezer, e Elade: e os homens de Gate, naturais da terra, os
mataram, porque desceram para tomar os seus gados. Pelo que Efraim, seu pai,
por muitos dias os chorou; e vieram seus irmãos para o consolar”. Uma grande “calamidade” (v.
23 – JND) aconteceu na casa de Efraim – seus filhos foram mortos tentando
roubar o gado! Quando seus irmãos souberam de sua aflição o rodearam para
confortá-lo. No propósito de levar-lhe conforto, eles foram unidos.
Talvez uma família na
assembleia tenha perdido seu filho ou sua filha para o mundo, e acabaram se
afastado. Esse não seria um momento de fazer qualquer julgamento – embora possa
haver muitas coisas que necessitem ser tratadas a respeito do motivo pelo qual
isso aconteceu – mas seria hora de confortá-los por sua perda. Essas aflições
devem nos fazer estar juntos.
Uma provação pode ser enviada aos santos
que seja de uma natureza completamente diferente. Pode ser que os irmãos estejam
divididos em uma opinião, e isso tem feito que estejam andando em caminhos
separados. O Senhor pode permitir uma erupção de pecado na assembleia que nos
faça examinar nosso coração. O resultado é que seremos forçados a estar juntos
para tratar o mal.
Em Juízes 20:1 diz: “todos
os filhos de Israel saíram, e a congregação se ajuntou, como se fora um só
homem, desde Dã até Berseba, como também a terra de Gileade, ao Senhor em Mizpá”. Isso foi resultado de um exemplo
flagrante de mal moral no meio dos filhos de Israel. Tiveram que se levantar “como
se fora um só homem” e afastar o mal. Mas fazendo assim, o Senhor teve
determinadas lições para ensinar a eles porque o estado deles era coletivamente
baixo. Não há nada como provações para nos fazer resolver nossas pequenas
diferenças e nos unir. Eu me apressaria em dizer que uma condição muito triste deve
estar prevalecendo em uma assembleia se o Senhor tiver que falar dessa maneira.
4) As Provações São Para Nossa Correção
4) As Provações São Para Nossa Correção
Vamos abrir no Salmo 119:67-68 para ver
outra razão para as provações em nossa vida. “Antes de ser afligido, andava
errado, mas agora guardo a Tua palavra. Tu és bom e abençoador: ensina-me os
Teus estatutos”. Deus usará
uma provação para nossa correção se houver necessidade. Pode ser que estejamos
andando em um caminho de vontade própria e necessitamos ser restaurados. Não há
nada como uma séria provação para nos fazer sentar direito e ouvir Sua voz. O
Senhor pode usar a provação como uma disciplina punitiva e nos corrigir. No
livro de Jonas, os navegadores enfrentaram uma provação terrível. O “navio estava a ponto de se despedaçar” na
tempestade (Jn 1:4 – ARA). Deus mandou essa provação para a correção de Jonas –
que o fez voltar e obedecer ao Senhor.
Caro amigo Cristão, caso esteja em uma
grande provação em sua vida, andando em um caminho de desobediência, pode ser
muito bem que essa provação tenha sido enviada pelo Senhor para restaurá-lo
para Ele. Lembre-se apenas, que a mão que segura a vara da correção tem a marca
de um cravo nela! O Senhor o ama, e pagou um grande preço por você. Ele não deixará
você continuar em seu caminho egoísta para sempre. Ele intervirá e tratará seu
caminho de vontade própria porque Ele quer abençoar sua vida de forma prática e
isso é algo que Ele não pode fazer quando você está andando em um caminho de
desobediência. Se Ele derramasse uma bênção prática na sua vida enquanto você estiver
andando na sua própria vontade, estaria somente incentivando você a ir mais
longe em seu caminho. Assim, na realidade, você está impedindo sua própria
bênção! O Senhor disse: “Porque Eu bem sei os pensamentos que penso de vós,
diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais”
(Jr 29:11). Se ouvir Sua voz e corrigir seus caminhos pecaminosos, Ele promete
derramar uma bênção em você. Que Deus Fiel nós temos!
Mesmo se nossa vida não estiver
caracterizada por um andar consciente num caminho de vontade própria, mas se de
algum modo estamos permitindo que o Senhor e Suas coisas estejam “em
banho-maria”, o Senhor usará provações para nos ajudar a colocar prioridades a
nossa vida. Embora não seja provável haver entre nós aqui alguém que esteja
andando num caminho de declarada desobediência, mas mesmo assim creio que há
muitos de nós aqui que precise de um ajuste sobre o que falarei a seguir.
Vamos abrir em Ageu 1:3-11 para ver como
Deus usa provações na vida de Seus filhos neste caso. “Veio, pois, a palavra
do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: É para vós tempo de
habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta? Ora,
pois, assim diz o Senhor dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos
caminhos. Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis,
mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário
recebe salário num saquitel furado. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Aplicai o
vosso coração aos vossos caminhos. Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a
casa; e dela Me agradarei e Eu serei glorificado, diz o Senhor. Olhastes para
muito, mas eis que alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para
casa, Eu lhe assoprei. Por quê? – disse o Senhor dos Exércitos. Por causa da Minha
casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa. Por isso,
retêm os céus o seu orvalho, e a terra retém os seus frutos. E fiz vir a seca
sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e sobre o
azeite, e sobre o que a terra produz, como também sobre os homens, e sobre os
animais, e sobre todo o trabalho das mãos”.
Os judeus que tinham retornado da
Babilônia estavam ocupados estabelecendo-se na terra, edificando suas casas e
suas vidas. Mas, agindo assim, tinham se tornado extremamente ocupados fazendo
coisas confortáveis para eles próprios, e tinham se esquecido do Senhor e o que
era devido a Ele! Para colocar isso o mais simples possível: estipularam suas
prioridades de maneira errada. Não tinham dado ao Senhor Seu lugar apropriado em
suas vidas.
Essa é uma armadilha na qual podemos
facilmente cair. De fato, temos a responsabilidade de fornecer sustento para
nossas famílias – a Escritura censura uma pessoa que não faz isso (1 Tm 5:8). É
normal querer ser estabelecido na vida em relação às coisas naturais. É também
possível ser absorvido nisso a ponto de deixarmos o Senhor de fora. Nesse
assunto, o Senhor Jesus colocou um princípio muito básico para Seus discípulos,
que certamente se aplica a nós também. Disse-lhes para colocar a Deus e Seus
interesses em primeiro lugar em suas vidas, e Ele cuidaria de todas as coisas
restantes. Disse: “Não pergunteis, pois, que haveis de comer, ou que haveis
de beber, e não andeis inquietos [em
ansiedade – JND]. Porque as gentes do mundo buscam todas essas coisas;
mas vosso Pai sabe que haveis mister [necessidade] delas. Buscai antes o
reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Lc
12:29-31). Isso significa que Cristo deve ter o primeiro lugar em tudo. Esse
princípio básico precisa ser implementado em nossa vida se queremos ter sucesso
espiritual.
Entretanto, isso faltava no remanescente
judeu que tinha retornado da Babilônia. Não tinham colocado o Senhor e Seus
interesses em primeiro lugar em suas vidas. Sabemos que nosso Deus é um Deus
que tem ciúmes; Ele tem ciúmes de nossas afeições. Ele diz: “Dá-Me, filho Meu,
o teu coração” (Pv 23:26). Mas, se deixarmos nosso coração ir após outras
coisas – ainda que sejam coisas naturais não necessariamente pecaminosas – Ele
sentirá isso, e trabalhará para nos afastar do que quer que seja que O
substituiu em nossas afeições. Podemos não estar conscientemente fazendo algo
errado, mas ainda assim, se o Senhor for deixado fora, Ele trabalhará para
ajustar nossas prioridades.
Irmãos, o Senhor quer nossa atenção. Se
nos distrairmos com outras coisas Ele trabalhará para consegui-la – e algumas das
maneiras que Ele usa podem ser dolorosas! No caso dos judeus, o Senhor, em Sua
fidelidade e sabedoria perfeitas, ordenou uma provação que tocasse em suas
vidas de modo que considerassem seus caminhos e ajustassem suas prioridades. Vemos,
então, ainda outra razão por que o Senhor permite provações na nossa vida – para
nos ajudar a ajustar nossas prioridades! Quando o Senhor aumenta o fogo, por
meio de uma provação, faz com que examinemos nosso coração, trazendo-O para
nossa vida de uma maneira prática.
A provação para aqueles judeus tinha uma
natureza financeira. Tinham “semeado muito”, mas colhido “pouco”, ou seja, trabalharam duramente, mas
não conseguiram seu sustento. O Senhor também enviou um profeta (Ageu) para
tratar isso com o povo, assim saberiam com certeza porque eles tinham
problemas. Disse-lhes claramente que estavam colocando sua energia em construir
suas próprias casas ao invés da casa do Senhor!
Irmãos, o Senhor fará o mesmo conosco. Ele
nos ama muito para nos deixar ir após coisas que O substituam. Se estivermos colocando
demasiada ênfase em outras coisas, Ele pode ordenar uma provação para nos
trazer mais perto d’Ele. Pode não ser uma provação em nossas finanças, mas Ele
pode escolher alguma outra área de nossa vida. Por que Ele faria isso? Porque
nos ama e quer nossa comunhão! Morreu para ganhar nosso coração, mas se O
deixarmos fora de nossa vida, Ele trabalhará para nos trazer mais perto d’Ele –
mesmo que custe a aflição de uma provação para fazer isso. Ele pode aumentar
nossos fardos e provações até que não possamos fazer nada mais sem Ele. Se nos
voltarmos para Ele com sinceridade e O buscarmos, Ele é Fiel e Gracioso para
entrar e carregar a ambos, nós e nosso fardo.
Irmãos, vamos acertar nossas prioridades,
pois o Senhor deve ter a primazia. Ele disse: “porque honrarei aos que Me
honram, e os que Me desprezam serão tidos em pouca conta [serão desprezados – ARF]”
(1 Sm 2:30 – ATB). Separamos um tempo para estar sozinhos com o Senhor
diariamente, lendo as Escrituras e orando? Vamos às reuniões bíblicas
regularmente? Ou colocamos outras coisas antes d’Ele, e se não tivermos nada
para fazer aquela noite, então vamos às reuniões? Se essa for a maneira que
você leva sua vida, parece que o Senhor não tem muito lugar nela. Você sabe que
muitas das provações e problemas que temos podem ser consequências desses
pontos básicos de prioridades. O Senhor quer estar em nossa vida praticamente. Quer
nos ajudar e nos guiar nas matérias diárias da vida. Sem Ele certamente vamos cometer
erros.
Agora, podemos pensar que não estamos
deixando o Senhor de fora, porque podemos apontar algumas coisas que fazemos
que envolvam o Senhor. É natural atribuirmos a nós mesmos uma ficha limpa. “Todos
os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o Senhor pesa os espíritos”
(Pv 16:2). Entretanto, necessitamos entrar na presença do Senhor e pesar
seriamente essas coisas. Necessitamos perguntar a Ele se a provação que estamos
tendo está conectada a não Lhe dar Seu legítimo lugar.
A palavra do profeta ao povo foi: “Subi
ao monte, trazei madeira e edificai a casa” de Deus (Ag 1:8). Eles não
tinham trabalhado na casa de Deus por 14 ou 15 anos! (Ed 4:24). Isso nos mostra
apenas como o Senhor é paciente conosco. Mas amigos, não se aventurem por causa
de Sua longanimidade. Ageu e Zacarias os incentivaram a começar a construção da
casa do Senhor antes de construir suas próprias casas, dando, assim, ao Senhor
o que Lhe era devido (Ed 5:2). Ageu procurou abordar o estado deles (isto é, suas
prioridades), enquanto que Zacarias colocou o foco deles para o futuro – para a
glória vindoura da casa do Senhor quando o Messias reinasse. Vemos então, que no
fim do capítulo o povo “obedeceu à voz do SENHOR seu Deus” (Ag 1:12 – ARF) e fizeram conforme o
profeta lhes dissera. E o Senhor teve prazer nisso. Sabemos como é louvável
quando o povo do Senhor ouve e obedece a Sua voz na provação, e ajusta suas
prioridades para dar a Ele o Seu legítimo lugar.
Caro amigo, o Senhor quer derramar uma
bênção prática em sua vida, mas primeiramente você tem que dar a Ele o que Lhe é
devido.
O Senhor disse em Malaquias: “Trazei
todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na Minha casa, e
depois fazei prova de Mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se Eu não vos abrir as
janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a
maior abastança [até que não
haja mais lugar para a recolherdes – ATB]” (Ml 3:10). Note
que o povo tinha que, primeiramente, trazer o que era devido ao Senhor
para Sua casa do tesouro e então “as janelas do céu” seriam abertas para
derramar uma bênção sobre eles! Essa é a ordem moral de Deus.
Mesmo quando não estivermos andando em um
caminho de vontade própria, e procurarmos dar o legítimo lugar ao Senhor em nossa
vida, ainda assim, cada um de nós precisa da correção do Senhor – mas em uma
linha diferente. Todos temos falhas de caráter que impedem a expressão de
Cristo em nossas vidas. Essas falhas necessitam ser removidas de modo que as
características de Cristo possam ser vistas em nós mais claramente. Isso é
correção, mas de uma ordem diferente.
Como mencionado anteriormente, Deus, pelo
Espírito, está moldando Cristo em nós. Ele escreveu Cristo nas tábuas de carne
de nosso coração (2 Co 3:3). Quando Cristo está em nossas afeições, Seu caráter
será mostrado em nossas ações. Mas frequentemente há coisas em nossos caminhos
que atrapalham essa expressão. Essas falhas de caráter estragam nosso
testemunho pessoal. Eu estou falando agora de coisas das quais geralmente não
temos consciência. Mesmo que não possamos vê-las, Deus as vê (e frequentemente
nossos irmãos também), e Ele trabalhará para remover tais falhas por Sua disciplina
purificativa, na forma de provações. Essas disciplinas não moldam Cristo em
nós, mas são enviadas para nos exercitar e remover os traços de caráter do
velho homem.
Vemos isso em Jó. Ele era
“homem sincero [perfeito
– JND], reto e temente a Deus, e desviava-se do mal” (Jó 1:1). Certamente
ele não estava andando em um caminho de vontade própria e de pecado. Não havia
realmente qualquer coisa errada em suas ações, mas foi sua atitude que
necessitou o ajuste. Teve uma atitude de presunção que o Senhor quis
remover. O Senhor usou as provações que o afligiram como uma disciplina
purificativa. No fim, Jó se arrependeu e julgou a si mesmo, e foi uma pessoa
melhor por isso. Então, podemos pensar que as atitudes não são importantes, mas
a Escritura mostra que Deus vê as coisas de outra maneira. Ele percorrerá
grandes distâncias para corrigir uma atitude errada em um de Seus filhos.
Portanto, que “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso
espírito” (Fm 25; Gl 6:18; Fp
4:23; 2 Tm 4:22).
Eu me lembro de ouvir uma história da
escultura de um leão que foi colocada em exposição. No dia da sua inauguração,
uma multidão se reuniu para vê-lo. Quando o escultor foi entrevistado, foi-lhe
perguntado como pôde fazer uma peça de arte com tanta similaridade. Ele disse,
“eu somente talhei tudo aquilo que não se parecia com um leão”! Sabemos que é
exatamente isso que Deus está fazendo com cada um de nós. Há coisas em nós que
não se parecem com Cristo, e necessitam ser podadas. Com a provação e o
exercício, de uma maneira ou outra, Deus remove aquelas coisas em nossa vida
que não são como Seu Filho.
A Escritura fala desse trabalho
purificativo feito em diversas maneiras, usando várias figuras diferentes.
∎ Um lavrador – João
15:1-2 diz: “Eu sou a videira verdadeira, e Meu Pai é o Lavrador.
Toda a vara em Mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto,
para que dê mais fruto”. Aqui temos a figura de um lavrador para ilustrar os
meios purificativos de Deus. O Pai está procurando frutos em nós. A produção de
frutos é a reprodução da vida de Cristo nos santos. Um produtor de vinhos poda
suas videiras de modo que produzam mais frutos. Se ele não fizer isso, a
videira usará sua energia para produzir mais galhos, e em consequência, haverá
menos produção do fruto. Da mesma maneira que um vinicultor corta as videiras
em seu vinhedo, o Pai trabalha de maneira similar conosco. Em cada um de nós há
coisas em nossas vidas que impedem a produção do fruto, e necessitam ser
podadas. O processo de corte, com certeza, é doloroso, mas Deus permite isso
para remover as coisas más de nós. O resultado é que Cristo será visto em nós
mais claramente.
∎ Um Fazendeiro – Salmo 139:2-3 diz: “Tu conheces o meu assentar e o meu
levantar: de longe entendes o meu pensamento. Cercas [Peneiras
– KJV margem] o meu andar”.
Peneirar era um processo usado pelos antigos fazendeiros para separar o trigo
da palha no tempo da colheita. Era feito agitando o trigo com uma peneira e lançando-o
para o ar. Isso fazia com que o vento separasse a palha, o que geralmente era
feito em um monte ou em uma ligeira elevação do terreno onde houvesse rajadas
de vento. Similarmente, o Senhor está procurando peneirar a indesejada palha em
nossa vida com as várias turbulências e provações. Ele conhece nosso “deitar”
e nosso “levantar" e ordena exatamente o que necessitamos. O
resultado será que somente ficará em nós aquilo que for de Cristo – do qual o
trigo é uma figura.
∎ Um Ourives – Provérbios 25:4 diz: “Tira da prata a escória, e sairá vaso para o ourives” (ARA). Aqui
a figura é tirada da metalurgia. O ourives aquece o metal ao ponto de fusão e
as impurezas (escórias) são queimadas. Ele agita o metal delicadamente até que
possa ver seu
próprio reflexo na prata
derretida. Então sabe que todas as impurezas foram queimadas e ela está pronta
para ser colocada no molde de sua escolha. Similarmente, o Senhor usa provações
dolorosas e árduas para alcançar Seus objetivos removendo a escória de nossa
vida. Ele também está buscando Seu reflexo em nós. O Senhor “assentar-Se-á
como fundidor e purificador de prata; e purificará os filhos de Levi, e os
refinará como ouro e como prata; então ao Senhor trarão oferta em justiça” (Ml 3:3).
∎ Um Vinicultor – Jeremias 48:11 diz: “Despreocupado esteve Moabe desde a sua mocidade e tem repousado nas
fezes [borras] do seu vinho; não foi mudado de vasilha
para vasilha, nem foi para o cativeiro; por isso, conservou o seu sabor, e o
seu aroma não se alterou” (ARA). Aqui o profeta fala da falta de disciplina
de Moabe e consequentemente, o fato dele não ter nenhum discernimento ou
maturidade nas coisas divinas. O processo de ser mudado “de vasilha em vasilha” (ATB) é usado por um fabricante de vinho.
Ele enche completamente uma vasilha de vinho e a deixa descansando até que todo
o sedimento se acumule no fundo, e então derrama com cuidado o vinho em outra
vasilha, repetindo o processo diversas vezes, até que não haja nenhum sedimento
no vinho. Ser derramado de vasilha em vasilha fala dos meios do Senhor em nos
passar por várias provações para nos livrar das impurezas (o sedimento) em
nosso caráter. Outra vez, o resultado que Ele está procurando é que Cristo
possa ser visto mais claramente em nós.
∎ Um
Pai – Hebreus 12:9-10 diz: “tivemos
nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos: não
nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque
aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes
parecia; mas Este, para nosso proveito, para sermos participantes da Sua
santidade”. Aqui a
correlação de um pai terreno que corrige seus filhos é usada para ilustrar Deus
nosso Pai que treina nossos espíritos. Se uma criança tiver um espírito ou uma
atitude má, o pai dela, se for fiel, aplicará alguma forma de disciplina à
criança para corrigi-la. Similarmente, nosso pai ordenará alguma forma de
disciplina corretiva para nos exercitar sobre um espírito errado ou uma atitude
errada que possamos ter. Isso virá em forma de provação.
∎ Um Oleiro – Jeremias
18:3-6 diz: “E desci à casa do oleiro, e
eis que ele estava fazendo a sua
obra sobre as rodas. Como o
vaso que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele
outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer. Então, veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo: Não poderei Eu fazer de vós
como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o Senhor; eis que, como o barro
na mão do oleiro, assim sois vós na Minha mão, ó casa de Israel”.
Aqui o trabalho de um oleiro é usado para ilustrar o tratamento do Senhor com
Seu povo. O Senhor é nosso Oleiro e nós somos Seu barro (Rm 9:20-21). Ele nos está
formando conforme a Sua própria imagem. Como sabemos, para conseguir o barro
flexível, um oleiro mistura água nele. O processo de misturar é como a pressão
das provações. Quando a pressão é aplicada em nossa vida nos tornamos moldáveis
nas mãos do Mestre. Muitas vezes um oleiro terá que quebrar um vaso
parcialmente formado porque vê uma falha nele que estragaria o resultado final.
Similarmente, o Senhor usa os problemas desta vida para nos quebrar e remover
determinadas características morais não desejadas em nós, e assim, nos fazer um
vaso “útil ao Mestre” (2 Tm 2:21 – JND).
Por meio de todas nossas provações e
tribulações o Senhor tem o objetivo de levar cada um de nós à perfeição moral
(1 Pe 5:10 – “aperfeiçoado”.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
3) Provações Nos Fazem Mais Como Cristo
3) Provações Nos Fazem Mais Como Cristo
Agora vamos abrir em
Romanos 8:28-29 para uma terceira razão porque Deus permite as provações: “E
sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam
a Deus, daqueles que são chamados por Seu decreto [chamados com propósito – JND]; Porque os que dantes conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho”. O assunto que conduz a esses dois
versículos é que toda a criação “geme e está juntamente com dores de parto”
sob “a escravidão da
corrupção”, que veio sobre
nós por meio do pecado (vs. 21-22). Essa provação toca a todos nós de uma forma
ou outra. O apóstolo explica que, embora Deus não tenha trazido aqui a
“escravidão da corrupção”, mesmo assim Ele usa isso em Sua escola para nos
ensinar determinadas lições. Nesse caso, Ele a usa para nos moldar “à imagem
de Seu Filho”. Essa é outra
razão porque Deus permite as provações em nossa vida.
Cristo já não está aqui
neste mundo, mas Deus queria que Ele fosse visto em Seu povo e por meio do Seu povo.
Ele está atualmente trabalhando para formar nosso espírito e para moldar nosso
caráter à imagem de Seu Filho, e usa as provações e tribulações para alcançar
isso. Note, não diz aqui que tudo o que nos acontece é bom – porque algumas
coisas são inegavelmente ruins – mas que essas coisas “contribuem juntamente
para o bem”. Isso significa
que Deus permitirá uma provação em nossa vida porque é para nosso bem
derradeiro. A fé pode dizer, “algo de bom vai resultar disso!”
Frequentemente se diz que
Deus tem mais para fazer em nós do que por meio de nós. Queremos
fazer coisas no serviço para o Senhor, mas Ele está mais interessado em nos
fazer mais como Seu Filho. Eu não estou dizendo que Ele não quer nos usar no
serviço, mas um objetivo mais elevado para Deus é a conformidade moral de Seu povo
a Seu Filho. Deus, na verdade, vai encher o céu com um povo redimido, que é tal
como Seu Filho!
Poderíamos perguntar:
como isso acontece exatamente? Bem, Romanos 12:2 diz que essa transformação à
conformidade do Filho de Deus é um processo que ocorre de dentro para fora. Começa
em nossa mente e produz resultados em nossa vida. Diz: “E não vos conformeis
com este mundo, mas transformai-vos
pela renovação do vosso entendimento [da vossa mente – ARA]”. O que isso
significa é que, pensar correto conduz às ações corretas, dando assim forma a
nosso caráter.
Paulo mostra que uma
coisa que definitivamente impede o processo da transformação é o “mundo”, e insiste, portanto, na necessidade
da separação deste. Pensar de maneira mundana é colocar o “eu” em primeiro
lugar, mas pensar segundo Deus é colocar Cristo em primeiro lugar. Quanto mais
saturarmos nossa mente com a Palavra de Deus, mais pensaremos como Deus pensa. Veremos
coisas como Ele as vê. Amaremos o que Ele ama e odiaremos o que Ele odeia, etc.
Isso se manifestará em nossa vida. Haverá uma mudança moral em nossas palavras
e ações. Mais e mais começaremos a nos assemelhar a Cristo em nossas maneiras. “Renovar”
nossa mente refere-se à necessidade de reajustar nossos pensamentos. C. H.
Brown dizia que poderíamos ter que fazer isso 50 vezes em um dia! Nossas mentes
mantêm-se indo após coisas mundanas e carnais, e necessitam ser reajustadas
repetidas vezes. H. E. Hayhoe costumava dizer, “preste atenção ao que você
pensa, e deixe que isso seja Cristo”.
Deus trabalha não somente
pelo Espírito internamente, mas também usa provações vindas de fora. Isaías fala
do remanescente de Israel estando “aflito, arrojado com a tormenta e
desconsolado” (ARA), mas
assegurou-lhes também que por meio disso o Senhor estava formando Sua beleza
neles. “Eis que eu porei as tuas pedras com todo o ornamento e te fundarei
sobre safiras. E as tuas janelas [parapeitos]
farei cristalinas e as tuas portas de rubis, e todos os teus termos, de pedras
aprazíveis [preciosas]” (Is 54:11-12). Quando a nação
de Israel for restaurada ao Senhor, será um produto maravilhoso da habilidade
divina. Naquele dia, a oração de Moisés será respondida: “seja sobre nós a
formosura do Senhor nosso Deus” (Sl 90:17 – ARF). A glória do Senhor
irradiará sobre eles (Is 60:1). Mas o caminho desse divino final será por meio do
sofrimento, que no caso deles será a provação da Grande Tribulação. À medida
que lemos as epístolas vemos o caráter de Cristo emanando dos santos. E isso é
bonito. Deus, pelo Espírito, escreve Cristo nas tábuas de carne de nosso
coração, e isso floresce em nossa vida, em nosso andar e em nossas
maneiras (2 Co 3:3). Foi o que o apóstolo expôs quando disse: “Cristo em
vós, esperança da glória” (Cl
1:27). Muito da beleza moral nos santos é resultado das provações pelas quais
passaram. Lembrem-se, é a flor esmagada que emite a fragrância!
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
As seguintes coisas são
algumas dessas características morais de Cristo que Deus está atualmente produzindo
em Seu povo por meio da provação.
∎ As Entranhas [Compaixões] de Cristo – O apóstolo Paulo disse aos santos de Filipos que tinha
saudades de todos eles em “entranhável
afeição [compaixão] de Jesus Cristo” (Fp 1:8). Aqui vemos
a compaixão de Cristo ser exposta em Paulo. Que característica bonita é! Notem,
é “a compaixão de Jesus Cristo”.
É o mesmo caráter da compaixão que o Senhor Jesus teve em Sua vida e ministério
(Mc 6:34), reproduzido em um dos Seus.
Os filipenses expressaram compaixão e
misericórdia a favor de Paulo enviando uma comunhão (oferta) pela mão de
Epafrodito (Fp 2:1, 4:18). Por estar preso e não poder vê-los, escreveu uma
carta de reconhecimento da comunhão enviada. Essa característica maravilhosa
era o resultado do sofrimento de Paulo na provação. O tempo aqui não permite lermos
as passagens que mostram algo do que ele passou na senda da fé e testemunho. Por
meio daquelas coisas Deus produziu algo bom em Paulo – as compaixões de Cristo.
Antes de sua conversão, ele não era reconhecido como tendo compaixão. Impiedosamente
levou os Cristãos para ser espancados e entregues à prisão (At 8:1, 9:1,
22:4-5). Na escola de Deus transformou-se em um vaso apto para o uso do Mestre,
cheio com as compaixões de Cristo.
Deus está procurando produzir
as compaixões de Cristo em nós também. Podemos naturalmente ser caracterizados
pela dureza e pela indiferença aos problemas dos outros, mas depois que Deus
trabalha em nós, seremos marcados pelas compaixões de Cristo. Recentemente eu
ouvi alguém dizer a uma criança que foi ferida, “aguente firme aí porque de
mim, você não terá nenhuma compaixão”! Quando eu ouvi isso, disse para mim
mesmo, “Depois que você passar pela escola de Deus, você terá”! Ele pode nos colocar
em uma circunstância onde necessitemos da demonstração de compaixão, e não
teremos nenhuma. Talvez, então, vamos ser exercitados a respeito de demonstrar
compaixão aos outros. Como já falamos, as provações têm um jeito de nos
abrandar (“Mas Deus fez meu coração
brando” Jó 23:16 – JND). Deus nos fará como Cristo que Se compadece dos
Seus enquanto passam por problemas (Hb 4:15).
∎ A
Mansidão e a Benignidade de Cristo – Intimamente conectadas com as compaixões de Cristo estão “a mansidão e a benignidade de Cristo” (2
Co 10:1). Nos capítulos 10 a 13 da segunda epístola de Paulo aos coríntios, ele
defende seu apostolado. Esse era um assunto delicado, e poderia facilmente parecer
vanglória e promoção de si mesmo. O problema era que havia determinados
adversários que tinham afetado o pensamento de alguns dos coríntios, tentando
afastá-los do apóstolo. Paulo sabia que se não tratasse esse assunto
corretamente poderia perdê-los completamente a partir do momento em que
deixariam de ouvir o apóstolo. Sabiamente ele deixou para tratar disso por
último, por causa de sua natureza delicada, e o abordou com “a mansidão e benignidade de Cristo”.
Em outras palavras, procurou tratar do assunto como o próprio Senhor Jesus
faria.
Haverá ocasiões quando
você terá que falar com alguém sobre algum assunto que, se não for tratado
corretamente, poderá dar lugar a alguma ofensa pessoal – a pessoa poderá facilmente
ficar ofendida, e talvez, deixar de se reunir. Será nessa situação que
precisaremos especialmente da “mansidão e benignidade de Cristo”. Temos que falar a verdade, mas
devemos fazê-lo em amor.
Talvez sejamos um pouco
insensíveis aos sentimentos dos outros, e nos falte tato e graça. Alguns de nós
pode ser um pouco como “um touro numa loja de porcelana”, mas Deus tem Suas
maneiras de formar em nós as características de Cristo. Ele pode permitir que
sintamos o que é alguém vir até nós de maneira arrogante que seja ofensiva,
para nos exercitar sobre como tratamos os outros. Precisar interagir
diariamente com alguém assim pode ser uma verdadeira provação, mas Deus pode
ter colocado tal pessoa em nossa vida para nos exercitar. Apesar de tudo, “Como
na água o rosto corresponde ao rosto, assim, o coração do homem, ao homem” (Pv
27:19). Aprendemos o que está em nossos corações vendo isso em alguma outra
pessoa é uma experiência humilhante.
∎ A Obediência de Cristo –
Mais adiante, no mesmo capítulo 10 de 2 Coríntios, Paulo fala às almas para
ajudá-las a se libertar das ideias e das doutrinas errôneas que foram rigidamente instaladas em suas mentes.
Chama essas ideias errôneas que se
instalam na mente de “fortalezas”.
Seu alvo era destruir aquelas “fortalezas”
e trazer o pensamento dos irmãos sob a autoridade da verdade de Deus no
espírito da própria submissão de Cristo a Deus. Ele disse: “levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2 Co
10:5). Observe outra vez, essa é “a
obediência de Cristo”, não a obediência a Cristo – que
é um pensamento completamente diferente. É o próprio caráter da obediência que
Cristo mostrou em Sua vida. Sua obediência não era uma coisa legalista, pois
obedeceu porque amou Seu Pai e quis agradá-Lo (Jo 8:29, 14:31). Pedro também
fala desse mesmo caráter de obediência (1 Pe 1:2).
O ponto aqui é que Deus quer que
obedeçamos do mesmo modo como Cristo obedeceu. Não quer que obedeçamos porque
somos obrigados, mas porque queremos. As provações têm uma maneira de criar esse
desejo em nós.
∎ A Fé de Cristo –
em Gálatas 2:20 diz: “Já estou
crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida
que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o Qual me amou e Se
entregou a Si mesmo por mim”. Paulo procurou viver “pela fé do
Filho de Deus” – isto é, pelo mesmo tipo de certeza e confiança com que o
Senhor Jesus vivia em Sua vida dependente. O ponto aqui não é tanto que devemos
viver para Cristo, mas que devemos viver Cristo. O Senhor foi
caracterizado por uma confiança simples em Deus. Esse mesmo caráter de Cristo
deve estar em nós.
Para purificar e fortalecer nossa fé, Deus
ordena provações para tocar nossa vida, por meio das quais aprendemos a confiar
n’Ele. Em 2 Tessalonicenses 1:3-4, Paulo fala da fé que tinham e do crescimento
dela “sobremaneira” e então acrescenta: “… nos gloriamos de vós nas
igrejas de Deus, à vista da vossa constância e fé, em todas as vossas
perseguições e nas tribulações que suportais”. A fé deles cresceu ao serem provados pelas “perseguições e
tribulações”. As
provações nos ensinam a desconfiar de nós mesmos e a confiar n’Ele (Sl 16:1).
∎ A Paciência de Cristo – em 2 Tessalonicenses 3:5 o apóstolo diz:
“Ora, o Senhor encaminhe o vosso coração na caridade de Deus e na paciência
de Cristo”. Aqui temos
outra característica de Cristo reproduzida nos santos – “a paciência de Cristo”. Paulo desejou que a espera dos
santos pela vinda do Senhor fosse paciente. O Senhor quer que O esperemos como
Ele mesmo espera no alto. Em glória Ele espera Seu Pai dizer-Lhe que é hora de
vir para levar Sua noiva. Então descerá com um brado e com voz de Arcanjo e nos
convocará. A mesma paciência que Ele tem no alto em glória deve ser vista em
nós enquanto O esperamos aqui.
Há um grande perigo de
abandonarmos a esperança da vinda do Senhor, o que será evidente naqueles que o
fizerem. Dirão, essencialmente: “Meu Senhor tarda em vir” (Mt 24:48-49 –
IBB). Note que essa não é a negação da Sua vinda, mas a queixa de Seu atraso.
Se a iminência disso perder seu fulgor em nossos corações, nossa vida o
mostrará. Em segundo lugar, “começarão a espancar” seus “conservos”, isto é, nos tornaremos
ásperos e críticos com aqueles que estão fazendo o trabalho do Senhor. Terceiro,
eles “comerão e beberão com os bêbados”, isso significa que haverá uma ruptura dos princípios da
separação do mundo.
As experiências difíceis pelas
quais passamos neste mundo podem não ser a razão mais elevada porque queremos
que o Senhor venha, mas Deus as usa para direcionar nosso coração para o céu. Por
meio dessas experiências aprendemos a esperar por Ele. Tiago diz: “Sede,
pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor” (Tg 5:7). Tiago também diz que Deus usa provações e tribulações
para nos ensinar essa paciência: “Meus irmãos, tende grande gozo quando
cairdes em várias tentações Sabendo que a prova da vossa fé obra a paciência [perseverança – JND]. Tenha, porém,
a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem
faltar em coisa alguma” (Tg 1:2-4).
O resultado das condutas de Deus conosco é que seremos
transformados lenta, mas seguramente “conformes
à imagem de Seu Filho”. No final, Sua “beleza”
será sobre nós! (Sl 90:17 – JND)
2) As Provações Nos Ajudam a Conhecer Melhor o Senhor
2) As Provações Nos Ajudam a Conhecer
Melhor o Senhor
Vamos abrir em Jeremias 9:23-24, “Assim
diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na
sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, Mas o que se gloriar,
glorie-se nisto: em Me entender e Me conhecer” (ARF). Esses versículos mostram q ue
é desejo de Deus que Seu povo O entenda e O conheça. Ele não quer ter um relacionamento
superficial conosco, mas quer que conheçamos profunda e intimamente Seu
coração. E um meio de atingir isso é permitir provações em nossas vidas. Elas
têm uma maneira de nos trazer mais perto do Senhor e aprofundar nosso
relacionamento com Ele – como disse o Sr. Darby: “Deus tem um lugar maior em
nossos corações”.
Há certas dimensões de nosso grande Deus
que só podem ser aprendidas com as experiências pelas quais passamos. Tais
coisas não podem ser ensinadas sem passarmos por uma provação com Ele. E isso,
como dissemos, só pode acontecer enquanto estamos aqui na Terra, pois no céu nunca seremos confrontados com
circunstâncias difíceis.
Em cada circunstância adversa, Deus deseja nos ensinar algo sobre Si mesmo que
não poderíamos aprender de outra maneira.
Paulo quis conhecer mais
intimamente o Senhor, e nós também devemos querer. Ele disse,“… para O conhecer”
(Fp 3:10). Naquele ponto da vida de Paulo, ele já conhecia o Senhor por 25 ou
30 anos, contudo desejou conhecê-Lo melhor! Esse deve ser o desejo normal de
cada Cristão. Muito do que temos que aprender sobre o Senhor em um sentido
prático vem ao atravessarmos determinadas experiências com Ele. Isso é chamado
às vezes de conhecimento experimental. Podemos aprender de Deus nas Escrituras,
mas há outro lado do conhecimento d’Ele que requer a experiência de passar
pelas circunstâncias com Ele. Um é conhecimento objetivo e o outro é
conhecimento subjetivo. Eu gostaria de indicar alguns atributos de nosso Deus, que entenderemos mais
profundamente com as provações e as tribulações.
∎ O Deus de Amor –
Primeiramente, vamos abrir em Romanos 5:3-5, “E não somente isto,
mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a
paciência [perseverança – ARA], e a paciência [perseverança
– ARA] a experiência, e a experiência a
esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus
está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. Esses
versículos mostram que Deus
usa “tribulações” (provações) para nos ensinar Seu amor. Ao passar por
tais experiências o amor de Deus é “derramado em nossos corações” pelo
Espírito Santo, por meio do Qual aprendemos Seu amor mais profundamente. Você
começa no caminho Cristão conhecendo que o Senhor o ama, mas à medida que você prossegue
e anda com Ele por meio dos cuidados e das provações desta vida, entende que
Ele o ama muito mais do que imaginava. Uma irmã mais velha
apropriadamente disse, “eu sabia que Ele me amava quando me salvou, mas eu não
sabia que Ele me amava tanto”!
Um grande resultado das
experiências que passamos é que o Senhor Jesus Se torna mais precioso para nós.
Isso foi a que Pedro se referiu quando disse: “agora importa, sendo
necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, Para
que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é
provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus
Cristo”. Então, ele
adicionou, “Ao Qual, não O havendo visto, amais” (1 Pe 1:6-8). Conhecer
o amor de Deus enquanto passamos por provações amplia as afeições do nosso
coração por Ele, e o Senhor Jesus torna-Se mais precioso para nós.
∎ O Deus de Toda
a Graça – Agora vamos ler em 1 Pedro 5:10; “E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à Sua eterna
glória, depois de haverdes padecido um pouco, Ele mesmo vos aperfeiçoará,
confirmará, fortificará e fortalecerá”.
Aqui vemos que com o sofrimento das provações somos trazidos ao conhecimento de
Deus como “o Deus de toda a graça”. Graça, como você sabe, é favor imerecido para nós. Isso é
do que Ele nos supre enquanto andamos no caminho da fé (Tg 4:6). Ele nos dá um
suprimento especial de graça a cada um dos Seus para as circunstâncias
específicas nas quais estão, de modo que nelas possam glorificar a Ele. “E
Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda graça” (2 Co 9:8).
Em seu folheto, “Os Desapontamentos da Vida”, Laura Snow
fala desse suprimento especial de graça como “um vaso do óleo santo” que o
Senhor dá a cada filho de Deus para que possa utilizar nas circunstâncias difíceis
da vida. Ela disse que a dor aguda passará na medida em que virmos o Senhor em
todas as coisas.
Que Deus gracioso nós
temos! Ele dá “graça que nos ajuda em tempo de necessidade” que nos
permite passar pelas coisas difíceis da vida. Sua sabedoria ordena
circunstâncias em nossa vida de modo que venhamos a conhecê-Lo como “o Deus
de toda graça”. Isso é algo
que não poderemos aprender no céu, porque nunca nos encontraremos em
circunstâncias difíceis lá. É aqui neste mundo que aprendemos sobre a grandeza
de nosso Deus nesse aspecto.
∎ O Deus de Toda
a Consolação
– Vamos abrir em outra
passagem, 2 Coríntios 1:3-4: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, o Pai das misericórdias [compaixões – JND] e o Deus de toda a consolação; Que
nos consola em toda a nossa tribulação”. Aqui temos outro atributo de nosso Deus que
conheceremos por meio das provações. Ele é
“o Deus de toda a consolação”. Ele permite que passemos por determinadas
dificuldades em nossa vida de modo que possa nos confortar. E que grande
Consolador Ele é! Outra vez, isso é algo que não poderemos aprender no céu,
porque nunca estaremos em aflição lá.
O consolo que Ele concede
é um sentido profundo de Sua presença conosco em tempos de intensas provações. “Quando
passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te
submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em
ti” (Is 43:2). Outra vez, outro versículo diz: “O Deus eterno te seja
por habitação [refúgio –
JND], e por baixo de ti estejam os braços eternos” (Dt 33:27). Tal
conforto que vem de Sua proximidade; não pode ser ensinado intelectualmente,
mas deve-se aprender pela experiência. Alguém disse que vale a pena ter uma
ferida ou uma aflição para provar o quão ternamente Ele conforta e cura!
∎ O Deus de
Misericórdia
– Vamos olhar para outro
atributo de nosso Deus no Salmo 59:17; “A
Ti, ó fortaleza minha, cantarei louvores; porque Deus é a minha defesa, é o
Deus da minha misericórdia”. Aqui temos o Senhor apresentado como o Deus de misericórdia. Como sabemos,
misericórdia significa não receber o que merecemos. Outra vez eu digo, não aprenderemos
esse caráter d’Ele no céu, porque nunca faremos qualquer coisa lá que requeira Sua
misericórdia. Mas aqui neste mundo é outra questão! É triste dizer, mas frequentemente
falhamos e fazemos coisas que ofendem a Ele. Tais coisas requerem Sua misericórdia.
Felizmente, Ele é um Deus que é “riquíssimo
em misericórdia” (Ef 2:4). Essa grande característica de Deus tem
particularmente me impressionado em minha caminhada com o Senhor. Quão misericordioso
Ele tem sido apesar de todos os meus defeitos e falhas!
∎ O Deus de Paz – Em Filipenses 4:9 diz: “O que também
aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus
de paz será convosco”.
Aqui, Deus é chamado “o Deus de paz”. O contexto aqui fala sobre as circunstâncias “ansiosas”
da vida, isto é, as provações (Fp 4:6). Como já foi dito, essa passagem se
refere ao crente que encontra alívio em situações de ansiedade ao levar sua
provação ao Senhor em oração. Se fizermos isso em nossos momentos de provação e
de ansiedade, teremos a doce garantia de que a “paz” na qual Deus habita
estará conosco (v. 7), e mais do que isso, teremos um sentimento profundo do “Deus
de paz” estar conosco também!
À medida que andamos com
Ele, que é o Deus de paz, aprendemos de uma maneira prática o que é viver na mesma
paz em que Ele habita. Isso é tão necessário em tempos de provação! Mas outra
vez, isso é algo que não pode ser aprendido à parte de atravessar uma provação
com o Senhor.
∎ O Deus da
Esperança –
Vamos olhar mais um versículo em Romanos 15:13: “Ora o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz em
crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo”. Ele
é chamado aqui “o Deus da esperança”.
A esperança, nas Escrituras, não é usada da mesma maneira que fazemos hoje nos idiomas modernos. Podemos
dizer que esperamos que algo aconteça, mas não temos nenhuma certeza de que
acontecerá. É uma vontade ou um desejo. Na Escritura a esperança é uma certeza
adiada. Tudo o que se encontra diante de nós, das coisas que a Palavra de Deus
promete a respeito do nosso estado glorificado, é uma certeza. Deus quer que essa
esperança abunde em nós, e as provações têm uma maneira de produzi-la; têm uma
maneira de dirigir nosso coração para o céu. Nossa esperança de estar
com e ser como o Senhor Jesus torna-se mais brilhante e mais real em nossas
almas. Ele Se transforma “no Deus da
esperança” para nós de maneira prática. Porque esperamos a vinda do Senhor,
e andamos em comunhão com Deus, O conhecemos nessa dimensão.
Há um bálsamo para toda dor,
Um remédio para toda tristeza
O olho mirando atrás para a cruz
E para a frente na certeza.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
1) Nossas Provações Glorificam a Deus Quando Recebidas Corretamente
1) Nossas Provações Glorificam a Deus Quando Recebidas Corretamente
Vamos ler João 11:1-4; “ESTAVA
então enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta.
E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com ungüento, e lhe tinha enxugado
os pés com os seus cabelos; cujo irmão Lázaro estava enfermo. Mandaram-Lhe pois
suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que Tu amas. E Jesus,
ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de
Deus; para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”. Vemos aqui que o grande propósito
implícito em todas as provações que o povo do Senhor passa, é a glória que é
dada a Deus. O fim de todos os procedimentos de Deus com Seu povo é que Ele
e Seu Filho sejam glorificados! No final, tudo o que acontece em nossa vida
é útil a esse grande objetivo.
Que coisa triste e penosa
deve ter sido isto para Lázaro. Deus tinha dado a ele uma provação em sua saúde.
Foi colocado doente em seu leito, e estava morrendo! E mais, os efeitos disso
tocaram em outras vidas. Suas irmãs, Maria e Marta, estavam em profunda tristeza.
Parece que sempre que alguém do povo do Senhor passa por qualquer tipo de provação,
raramente afeta apenas essa pessoa. De qualquer maneira, aprendemos a partir
dessas coisas, que Deus é glorificado com as provações de Seu povo.
Então você pode
perguntar, “Como poderia algo mau como o que aconteceu a Lázaro ser para a
glória de Deus?” Bem, é muito simples. A provação se transforma em oportunidade
para que o Senhor mostre Seu poder e graça para sustentar Seu povo em tal hora,
e para manifestar assim Sua glória. Deus permite que Seu povo caia em
provações, e então, concede graça que o sustenta nelas, por meio das quais um testemunho
é dado à Sua grandeza. Aqueles que observam o povo do Senhor que está sendo
sustentado nas provações aprendem que Ele é um Deus que ajuda a Seu povo em
situações reais da vida. Isso rende um testemunho poderoso, não somente da
existência de Deus, mas de Seu amor e graça de forma prática. Por meio de tais
coisas muita glória foi trazida ao Senhor. Pessoas se voltaram para Ele e foram
salvas por meio do testemunho de alguns do povo do Senhor que passavam por
severas provações serenamente. Colocando isso da forma mais simples possível, a
provação dá ao Senhor uma oportunidade de trabalhar de maneira incontestável
que testemunhe Sua glória e graça. Ele frequentemente permite que as
circunstâncias se desenvolvam de tal maneira que quando Ele entra para ajudar,
toda a glória vai para Ele. “Assim, torna Ele inativa as mãos de todos os
homens, para que reconheçam as obras d’Ele” (Jó 37:7 – ARA).
No caso de Lázaro e de
suas irmãs, o Senhor concedeu misericórdia, e respondeu miraculosamente suas
orações, mas não da maneira que queriam, pois queriam que Ele impedisse Lázaro
de morrer, mas o Senhor queria ressuscitá-lo dos mortos! O caminho do Senhor
manifestou a glória de Deus de uma forma muito mais excelente. Isso somente nos
mostra que a maneira do Senhor é sempre a melhor (Is 55:8-9; Sl 18:30).
Mostra-nos também
que Ele não responde sempre nossas orações trazendo a libertação daquilo pelo
qual estamos passando. Ele pode, ao invés disso, nos dar graça para passar pela
prova. Mas de qualquer maneira, a glória é dada ao Senhor. Se Ele responder
nossas orações e nos tirar da provação, Ele toma a glória para Si, mas se não
for a vontade de Deus que sejamos tirados da provação, outra vez digo, o Senhor
toma para Si a glória pela maneira como nos sustenta na provação.
Lembro-me da nossa irmã Joyce Lunden como
um exemplo de como a glória é trazida ao Senhor com uma provação. Ela tinha
testemunhado à sua vizinha sobre o Senhor, sem nenhum efeito aparente. Mas,
como a maioria sabe, o Senhor permitiu que Joyce tivesse um tumor no cérebro. Era
câncer. Joyce tomou tudo como vindo do Senhor, por graça. Ao mesmo tempo
prosseguiu seu diálogo com sua vizinha. Enquanto Joyce atravessou essa
provação, a mulher percebeu sua tranquilidade e resignação à mão do Senhor
naquilo que estava passando em sua vida. Isso provocou uma marca indelével na
alma dessa mulher. Enquanto Joyce passou por tratamentos cirúrgicos e de quimioterapia,
a mulher prestou atenção com grande interesse, e o Espírito de Deus começou a
trabalhar com ela. Quando Joyce e seu marido foram de Tri-cites para Seattle
para tratamento, a vizinha deles foi até o hospital para dizer-lhes que se o
Senhor pôde sustentar Joyce da maneira como fez em tal provação, então ela
queria que Ele fosse seu Senhor e Salvador também! Como isso é bonito!
Eu creio que se entendêssemos o que Deus
está fazendo nas provações que Ele nos dá para suportar – que temos uma
oportunidade de glorificá-Lo nela –
perceberíamos que isso não é um castigo, mas uma honra ao suportar uma
provação por Ele! Quando o apóstolo Paulo viu sua provação por esse lado
das coisas, ele disse, “De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas
fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2 Co 12:9 – ARA). Saber isso deve
nos dar uma atitude melhor nas provações. Queixar-se, como frequentemente
fazemos, estraga tudo.
Agora vamos abrir em Jó
1:6-12 onde veremos isso mais detalhadamente. “Num dia em que os filhos de
Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles.
Então, perguntou o Senhor a Satanás: Donde vens? Satanás respondeu ao Senhor e
disse: De rodear a Terra e passear por ela. Perguntou ainda o Senhor a Satanás:
Observaste o Meu servo Jó? Porque ninguém há na Terra semelhante a ele, homem
íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal. Então, respondeu Satanás
ao Senhor: Porventura, Jó debalde teme a Deus? Acaso, não o cercaste com sebe,
a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e os
seus bens se multiplicaram na Terra. Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo
quanto tem, e verás se não blasfema contra Ti na Tua face. Disse o Senhor a
Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não
estendas a mão. E Satanás saiu da presença do Senhor” (ARA)
Aqui encontramos removido
o véu que cobre o mundo dos espíritos de modo que possamos entender o que
acontece nos bastidores. Vemos Satanás, “o acusador dos nossos irmãos” (Ap 12:10), diante do trono de Deus
acusando-O a respeito de Seus caminhos com Seu povo. Diz que Jó servia a Ele
somente por causa das vantagens que poderia ter nisso – a prosperidade material
e os bons tempos. Sugeriu que por trás da honestidade de Jó não havia um
coração sincero para com o Senhor, e insinuou que se o Senhor removesse aquelas
bênçãos temporais da vida dele, ele desistiria de Deus completamente.
Essa acusação era um
franco ataque ao próprio Deus. A controvérsia aqui não está tanto entre Satanás
e Jó, mas entre Satanás e o Senhor. Atrás da observação traiçoeira de Satanás
está a insinuação de que o Senhor não poderia manter Seus santos leais quando
as grandes aflições e provações se levantassem e passassem sobre eles. Ele
insinua que o Senhor não tem poder para sustentar Seu povo em tais
circunstâncias, e por isso, o relacionamento com Seu povo é somente superficial.
Essas acusações mostram que Satanás tem um bom conhecimento da natureza humana.
Ele sabe que a maioria dos homens que não conhece o Senhor pessoalmente
levantará seus punhos irados contra Deus quando algum problema acontecer em
suas vidas. Satanás supõe equivocadamente que esse também seria o caso com o
povo do Senhor.
Para provar que este não
era o caso, o Senhor, então, permitiu a Satanás afligir Jó com uma provação que
veio sobre ele a partir de sete diferentes direções.
- 1) Seus negócios foram devastados pelos bandidos (“os sabeus”) que roubaram e mataram seus empregados (Jó 1:14-15).
- 2) Suas possessões materiais foram atingidas por relâmpago (“o fogo de Deus”) e destruídas (Jó 1:16).
- 3) Seus meios de transporte (“os camelos”) foram levados (Jó 1:17).
- 4) Sua família foi morta por um furacão (“um vento grande”) (Jó 1:18-19).
- 5) Sua saúde foi levada (“tumores malignos, desde a planta do pé até ao alto da cabeça”) (Jó 2:7-8 – ARA).
- 6) Sua esposa transformou-se em cúmplice dos projetos de Satanás e incentivou Jó a “amaldiçoar a Deus” assim, Deus o mataria para que ele pudesse escapar de sua provação (Jó 2:9-10).
- 7) Seus “três amigos” que foram confortar Jó e se voltaram contra ele (Jó 2:11-13).
Uma coisa que aprendemos aqui é que
Satanás não pode agir sem que Deus permita. Entender isso é um conforto
tremendo quando Deus permite a provação. Esteja certo disto: Ele sempre coloca
um limite para prova (Jó 1:12, 2:6). Satanás pode somente ir até o fim de sua
corrente, por assim dizer, e não mais! A provação se tornou uma oportunidade
para que o Senhor manifestasse Seu poder e graça em manter fiel a Si mesmo um dos
Seus, mesmo quando tudo o que ele tinha aparentemente lhe tivesse sido tirado. O
Senhor incumbiu essa provação a Jó de modo que no final Ele pudesse ser glorificado.
Tiago fala da “paciência
de Jó” (Tg 5:11). Olhando o livro de Jó podemos perguntar, “onde está a
paciência dele? Tudo que eu vejo é um homem que se queixa e que justifica a si
mesmo”! Bem, você o encontra assim nos primeiros dois capítulos. Ter todas
aquelas coisas vindas sobre ele, e em meio a tudo isso, não pecar ou acusar a
Deus tolamente é um testemunho da paciência de Jó (Jó 1:22). No segundo
capítulo, vemos sua paciência vir abaixo após a quinta e sexta coisas abatê-lo.
Diz: “Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (Jó 2:10). Não
menciona se ele pecou em seu coração. Nem lemos que ele bendisse a Deus, como
fez depois que as primeiras quatro coisas passaram sobre ele (Jó 1:21). Essas
coisas sugerem que ele pode ter se enfraquecido, mas foi a partir do terceiro
capítulo que Jó perdeu sua paciência e pecou com seus lábios, mas isso se deu depois
que Satanás tinha saído de cena, tendo fracassado na tentativa de fazer Jó se
afastar de Deus (Tg 4:7). Satanás foi derrotado e não foi encontrado outra vez
no restante do livro!
Embora Jó tenha perdido sua paciência nos
capítulos 3 a 31, nunca foi para longe do Senhor! Era um testemunho da
realidade da graça de Deus que permite a Seu povo permanecer leal na provação mais
severa. Nisso, Deus foi glorificado. O restante do livro mostra que Deus teve
algo mais para trabalhar com Jó, sobre o que trataremos logo mais.
Deixe-me dizê-lo outra
vez: as provações que Deus permite que passemos são uma honra a suportar por
Ele, e uma grande oportunidade de render um testemunho d’Ele a outros.
Assinar:
Postagens (Atom)