terça-feira, 30 de outubro de 2018

1) Nossas Provações Glorificam a Deus Quando Recebidas Corretamente


1) Nossas Provações Glorificam a Deus Quando Recebidas Corretamente

Vamos ler João 11:1-4; “ESTAVA então enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta. E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com ungüento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos; cujo irmão Lázaro estava enfermo. Mandaram-Lhe pois suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que Tu amas. E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus; para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”. Vemos aqui que o grande propósito implícito em todas as provações que o povo do Senhor passa, é a glória que é dada a Deus. O fim de todos os procedimentos de Deus com Seu povo é que Ele e Seu Filho sejam glorificados! No final, tudo o que acontece em nossa vida é útil a esse grande objetivo.
Que coisa triste e penosa deve ter sido isto para Lázaro. Deus tinha dado a ele uma provação em sua saúde. Foi colocado doente em seu leito, e estava morrendo! E mais, os efeitos disso tocaram em outras vidas. Suas irmãs, Maria e Marta, estavam em profunda tristeza. Parece que sempre que alguém do povo do Senhor passa por qualquer tipo de provação, raramente afeta apenas essa pessoa. De qualquer maneira, aprendemos a partir dessas coisas, que Deus é glorificado com as provações de Seu povo.
Então você pode perguntar, “Como poderia algo mau como o que aconteceu a Lázaro ser para a glória de Deus?” Bem, é muito simples. A provação se transforma em oportunidade para que o Senhor mostre Seu poder e graça para sustentar Seu povo em tal hora, e para manifestar assim Sua glória. Deus permite que Seu povo caia em provações, e então, concede graça que o sustenta nelas, por meio das quais um testemunho é dado à Sua grandeza. Aqueles que observam o povo do Senhor que está sendo sustentado nas provações aprendem que Ele é um Deus que ajuda a Seu povo em situações reais da vida. Isso rende um testemunho poderoso, não somente da existência de Deus, mas de Seu amor e graça de forma prática. Por meio de tais coisas muita glória foi trazida ao Senhor. Pessoas se voltaram para Ele e foram salvas por meio do testemunho de alguns do povo do Senhor que passavam por severas provações serenamente. Colocando isso da forma mais simples possível, a provação dá ao Senhor uma oportunidade de trabalhar de maneira incontestável que testemunhe Sua glória e graça. Ele frequentemente permite que as circunstâncias se desenvolvam de tal maneira que quando Ele entra para ajudar, toda a glória vai para Ele. “Assim, torna Ele inativa as mãos de todos os homens, para que reconheçam as obras d’Ele” (Jó 37:7 – ARA).
No caso de Lázaro e de suas irmãs, o Senhor concedeu misericórdia, e respondeu miraculosamente suas orações, mas não da maneira que queriam, pois queriam que Ele impedisse Lázaro de morrer, mas o Senhor queria ressuscitá-lo dos mortos! O caminho do Senhor manifestou a glória de Deus de uma forma muito mais excelente. Isso somente nos mostra que a maneira do Senhor é sempre a melhor (Is 55:8-9; Sl 18:30).
Mostra-nos também que Ele não responde sempre nossas orações trazendo a libertação daquilo pelo qual estamos passando. Ele pode, ao invés disso, nos dar graça para passar pela prova. Mas de qualquer maneira, a glória é dada ao Senhor. Se Ele responder nossas orações e nos tirar da provação, Ele toma a glória para Si, mas se não for a vontade de Deus que sejamos tirados da provação, outra vez digo, o Senhor toma para Si a glória pela maneira como nos sustenta na provação.
Lembro-me da nossa irmã Joyce Lunden como um exemplo de como a glória é trazida ao Senhor com uma provação. Ela tinha testemunhado à sua vizinha sobre o Senhor, sem nenhum efeito aparente. Mas, como a maioria sabe, o Senhor permitiu que Joyce tivesse um tumor no cérebro. Era câncer. Joyce tomou tudo como vindo do Senhor, por graça. Ao mesmo tempo prosseguiu seu diálogo com sua vizinha. Enquanto Joyce atravessou essa provação, a mulher percebeu sua tranquilidade e resignação à mão do Senhor naquilo que estava passando em sua vida. Isso provocou uma marca indelével na alma dessa mulher. Enquanto Joyce passou por tratamentos cirúrgicos e de quimioterapia, a mulher prestou atenção com grande interesse, e o Espírito de Deus começou a trabalhar com ela. Quando Joyce e seu marido foram de Tri-cites para Seattle para tratamento, a vizinha deles foi até o hospital para dizer-lhes que se o Senhor pôde sustentar Joyce da maneira como fez em tal provação, então ela queria que Ele fosse seu Senhor e Salvador também! Como isso é bonito!
Eu creio que se entendêssemos o que Deus está fazendo nas provações que Ele nos dá para suportar – que temos uma oportunidade de glorificá-Lo nela – perceberíamos que isso não é um castigo, mas uma honra ao suportar uma provação por Ele! Quando o apóstolo Paulo viu sua provação por esse lado das coisas, ele disse, “De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2 Co 12:9 – ARA). Saber isso deve nos dar uma atitude melhor nas provações. Queixar-se, como frequentemente fazemos, estraga tudo.
Agora vamos abrir em Jó 1:6-12 onde veremos isso mais detalhadamente. “Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles. Então, perguntou o Senhor a Satanás: Donde vens? Satanás respondeu ao Senhor e disse: De rodear a Terra e passear por ela. Perguntou ainda o Senhor a Satanás: Observaste o Meu servo Jó? Porque ninguém há na Terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal. Então, respondeu Satanás ao Senhor: Porventura, Jó debalde teme a Deus? Acaso, não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na Terra. Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra Ti na Tua face. Disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estendas a mão. E Satanás saiu da presença do Senhor” (ARA)
Aqui encontramos removido o véu que cobre o mundo dos espíritos de modo que possamos entender o que acontece nos bastidores. Vemos Satanás, “o acusador dos nossos irmãos” (Ap 12:10), diante do trono de Deus acusando-O a respeito de Seus caminhos com Seu povo. Diz que Jó servia a Ele somente por causa das vantagens que poderia ter nisso – a prosperidade material e os bons tempos. Sugeriu que por trás da honestidade de Jó não havia um coração sincero para com o Senhor, e insinuou que se o Senhor removesse aquelas bênçãos temporais da vida dele, ele desistiria de Deus completamente.
Essa acusação era um franco ataque ao próprio Deus. A controvérsia aqui não está tanto entre Satanás e Jó, mas entre Satanás e o Senhor. Atrás da observação traiçoeira de Satanás está a insinuação de que o Senhor não poderia manter Seus santos leais quando as grandes aflições e provações se levantassem e passassem sobre eles. Ele insinua que o Senhor não tem poder para sustentar Seu povo em tais circunstâncias, e por isso, o relacionamento com Seu povo é somente superficial. Essas acusações mostram que Satanás tem um bom conhecimento da natureza humana. Ele sabe que a maioria dos homens que não conhece o Senhor pessoalmente levantará seus punhos irados contra Deus quando algum problema acontecer em suas vidas. Satanás supõe equivocadamente que esse também seria o caso com o povo do Senhor.
Para provar que este não era o caso, o Senhor, então, permitiu a Satanás afligir Jó com uma provação que veio sobre ele a partir de sete diferentes direções. 
  1. 1) Seus negócios foram devastados pelos bandidos (“os sabeus”) que roubaram e mataram seus empregados (Jó 1:14-15).
  2. 2) Suas possessões materiais foram atingidas por relâmpago (“o fogo de Deus”) e destruídas (Jó 1:16).
  3. 3) Seus meios de transporte (“os camelos”) foram levados (Jó 1:17).
  4. 4) Sua família foi morta por um furacão (“um vento grande”) (Jó 1:18-19).
  5. 5) Sua saúde foi levada (“tumores malignos, desde a planta do pé até ao alto da cabeça”) (Jó 2:7-8 – ARA).
  6. 6) Sua esposa transformou-se em cúmplice dos projetos de Satanás e incentivou Jó a “amaldiçoar a Deus” assim, Deus o mataria para que ele pudesse escapar de sua provação (Jó 2:9-10).
  7. 7) Seus “três amigos” que foram confortar Jó e se voltaram contra ele (Jó 2:11-13). 

Uma coisa que aprendemos aqui é que Satanás não pode agir sem que Deus permita. Entender isso é um conforto tremendo quando Deus permite a provação. Esteja certo disto: Ele sempre coloca um limite para prova (Jó 1:12, 2:6). Satanás pode somente ir até o fim de sua corrente, por assim dizer, e não mais! A provação se tornou uma oportunidade para que o Senhor manifestasse Seu poder e graça em manter fiel a Si mesmo um dos Seus, mesmo quando tudo o que ele tinha aparentemente lhe tivesse sido tirado. O Senhor incumbiu essa provação a Jó de modo que no final Ele pudesse ser glorificado.
Tiago fala da “paciência de Jó” (Tg 5:11). Olhando o livro de Jó podemos perguntar, “onde está a paciência dele? Tudo que eu vejo é um homem que se queixa e que justifica a si mesmo”! Bem, você o encontra assim nos primeiros dois capítulos. Ter todas aquelas coisas vindas sobre ele, e em meio a tudo isso, não pecar ou acusar a Deus tolamente é um testemunho da paciência de Jó (Jó 1:22). No segundo capítulo, vemos sua paciência vir abaixo após a quinta e sexta coisas abatê-lo. Diz: “Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios” (Jó 2:10). Não menciona se ele pecou em seu coração. Nem lemos que ele bendisse a Deus, como fez depois que as primeiras quatro coisas passaram sobre ele (Jó 1:21). Essas coisas sugerem que ele pode ter se enfraquecido, mas foi a partir do terceiro capítulo que Jó perdeu sua paciência e pecou com seus lábios, mas isso se deu depois que Satanás tinha saído de cena, tendo fracassado na tentativa de fazer Jó se afastar de Deus (Tg 4:7). Satanás foi derrotado e não foi encontrado outra vez no restante do livro!
Embora Jó tenha perdido sua paciência nos capítulos 3 a 31, nunca foi para longe do Senhor! Era um testemunho da realidade da graça de Deus que permite a Seu povo permanecer leal na provação mais severa. Nisso, Deus foi glorificado. O restante do livro mostra que Deus teve algo mais para trabalhar com Jó, sobre o que trataremos logo mais.
Deixe-me dizê-lo outra vez: as provações que Deus permite que passemos são uma honra a suportar por Ele, e uma grande oportunidade de render um testemunho d’Ele a outros.

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